O número de focos de incêndio entre maio e setembro em Campinas, foi 76% maior que o mesmo período do ano passado, segundo balanço da Operação Estiagem divulgado nesta quarta-feira (20), pela Defesa Civil.
Segundo o órgão, foram 471 focos de incêndios no período, ante os 268 notificados nos mesmos sete meses de 2020.
O monitoramento de incêndios feito pela Defesa Civil foi realizado por imagens de satélite do Sistema de Monitoramento de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais, complementado por vistorias preventivas em áreas de risco de queimadas. Os agentes vão até o local e também acionam outros serviços como o Corpo de Bombeiros para combater o fogo.
Segundo o diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado, o aumento no número de queimadas se deve a uma combinação de baixa umidade do ar, falta de chuva e comportamento criminoso de pessoas que colocam fogo no mato ou soltam balões.
Ele lembra que esta última ação é crime ambiental e pode ser denunciada pelo telefone 181. Os responsáveis estão sujeitos à prisão de um a três anos, multa e até mesmo às duas penalidades simultaneamente.
Verde
A secretaria do Verde, por sua vez, feechou o período da Operação com 119 atendimentos de ocorrências de incêndios ou queimadas e emitiu 22 multas a infratores com base na lei 16.024 de 2020, que proíbe provocar incêndios para preparar terreno ou fazer limpeza de mato e lixo orgânico. A multa prevista é de R$ 19 mil por hectare ou fração.
De acordo com o balanço, houve ainda ampliação do trabalho da operação com atividades de prevenção e combate à Covid-19.
Foram realizadas 699 desinfecções de áreas externas de grande circulação de pessoas como terminais de ônibus, unidades de saúde e serviços de Assistência Social. A medida é uma estratégia complementar de saúde pública.
“A Operação tem sido um instrumento fundamental para a busca da resiliência da cidade de Campinas para o enfrentamento dos efeitos da estiagem”, disse
Alertas
O balanço da Operação também registra aumento na expedição do número de boletins de Estado de Atenção, Alerta e Emergência em 2021.
Os três índices estão relacionados à Umidade Relativa do Ar (URA) abaixo de 30%, que é considerada baixa e prejudicial à saúde e ao meio ambiente. Quando a URA está entre 20 e 30% é registrado Estado de Atenção.
O Estado de Alerta é caracterizado pelo índice entre 12 e 20%, enquanto um registro de URA abaixo de 12% leva ao Estado de Emergência. Neste ano foram emitidos 170 boletins do tipo contra 105 em 2020 aumento de 62%.
Também foram emitidos 83 boletins de baixa temperatura (foram 40 em 2020) e cinco sobre ondas de frio. Esses alertas são acompanhados de recomendações para proteção das pessoas mais vulneráveis e divulgados quando a temperatura está abaixo de 13°C.