Levantamento realizado pela Secretaria de Saúde de Campinas indica que o total de casos de dengue entre outubro e a primeira quinzena de novembro deste ano supera a quantidade do mesmo período de 2022, o que preocupa a Pasta. Neste intervalo, o número de registros confirmados passou de 110 para 146, alta de 32,7 %. A combinação entre onda de calor e dias chuvosos multiplica os riscos para casos de dengue, alerta a Secretaria.
Balanço da Secretaria de Saúde do Estado indica que São Paulo registrou altas de casos este ano. Até agora foram 892 casos de zika, 718.908 de dengue e 8.452 de chikungunya. No ano passado, foram notificados 1.038, 656.023 e 5.140 casos, respectivamente.
Campinas amplia o alerta porque a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus, tende a ser intensificada com o cenário marcado por temperaturas elevadas e de possível acúmulo de água em pontos diversos.
Em novembro, o país registrou a quarta onda de calor de 2023 e os termômetros chegaram a marcar 39,1°C na metrópole em 14 de novembro. A medição foi do Ciiagro Taquaral e, segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, esta foi a temperatura mais elevada desde janeiro deste ano.
Em abril deste ano, Campinas precisou declarar epidemia de dengue em razão do elevado número de casos no município. A cidade registrou até terça-feira (28), 10.113 casos da doença e duas mortes, em março e junho.
“Este número pode ser ainda maior, uma vez que ainda estão sendo investigados 600 casos suspeitos para a doença”, explicou o coordenador do Programa de Arboviroses e Zoonoses de Campinas, Fausto de Almeida Marinho Neto.
Ele destacou que, apesar do poder público realizar de forma permanente ações de combate à dengue, é essencial que a população colabore na eliminação de criadouros.
“Basta reservar 10 minutos por semana para percorrer o ambiente domiciliar e eliminar os focos de água parada. Esses preciosos minutos fazem toda a diferença no combate à dengue”, complementou Marinho Neto.
O coordenador regional e diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado, afirmou que novas ondas de calor são esperadas para 2024. “Este foi um ano de grandes aprendizados sobre as ondas de calor e estamos buscando estratégias para aperfeiçoar as ações de prevenção e respostas para enfrentamento”, afirmou.
Orientações para a população
A dengue provoca febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia. Caso tenha estes sintomas, o morador deve procurar uma das unidades de saúde de Campinas para receber atendimento médico.
Para acabar com a proliferação do mosquito Aedes aegypti é preciso evitar acúmulo de água em latas, pneus, pratos de plantas, além de vedar a caixa d’água. Já vasos sanitários e outros recipientes que se encontram inutilizados precisam ficar fechados.
A orientação da Secretaria de Saúde para pacientes com sintomas da dengue é a busca pelos centros de saúde. Os endereços e horários de atendimento estão disponíveis no site da Pasta .