A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira (25), a Operação Lavaggio II para aprofundamento da apuração de crimes de lavagem de dinheiro, praticados por investigados envolvidos em tráfico internacional de drogas a partir do Aeroporto Internacional de Viracopos. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em São Paulo e cinco em cidades do Mato Grosso.
A investigação teve origem a partir de elementos obtidos durante a Operação Overload, deflagrada em 6 de outubro de 2020, e busca identificar bens adquiridos dinheiro do tráfico, além de pessoas que emprestam o nome para ocultar esses bens.
A fase atual centrou os esforços de investigação em um homem e familiares dele, no Mato Grosso. Ele utilizava a logística do Aeroporto Internacional de Viracopos para enviar grandes quantidades de drogas para a Europa, já tendo identificado movimentações financeiras incompatíveis com a renda declarada, além da aquisição de joias, relógios e veículos de luxo, além de apartamentos, empreendimentos imobiliários em São Paulo e uma fazenda em Mato Grosso.
“Esse é o principal aspecto do combate ao tráfico de drogas, que é a desarticulação financeira. O objetivo era encontrar documentos e dispositivos que comprovem a lavagem de dinheiro, a ocultação dos ganhos do tráfico de drogas”, explicou Edson Geraldo de Souza, delegado da Polícia Federal.
O homem preso estava na fazenda desse investigado e é apontado como um laranja, responsável por lavar o dinheiro do crime para ele. “No cumprimento de um desses mandados de busca e apreensão, numa zona rural em Mato Grosso, nós encontramos escondido, um dos alvos da Operação Overload, sobre o qual nós já tinhamos um mandado de prisão preventiva, que foi cumprido nessa data”, disse o delegado da Polícia Federal.
“No cumprimento desses mandados, encontramos também armamento, fuzil, pistola, munições, e isso tudo será analisado agora em conjunto com as informações que nós já tínhamos, com as quais nós utilizamos para obter autorização judicial para essas medidas cautelares de hoje”, disse o delegado.
A Operação Overload apurou a existência de uma organização criminosa que praticava o tráfico internacional de drogas a partir de Viracopos. O esquema contava com empregados de empresas terceirizadas, de uma companhia aérea, um policial militar e um civil, e estrangeiros. Os desdobramentos se deram com a Operação AKE, em dezembro do ano passado; Operação Lavaggio, em fevereiro deste ano; e a Operação Airline, em julho deste ano, e a Operação Lavaggio II, hoje. No total, 27 pessoas estão presas e quatro estão foragidas.