Os voluntários da pesquisa para o desenvolvimento da vacina da Coronavac recrutados pelo Hospital das Clínicas da Unicamp (HC) estão mais perto de finalmente receberem a terceira dose do imunizante.
Apesar de terem participado da pesquisa e tomado as duas doses há cerca de oito meses, os nomes desses voluntários ainda não constam dos cadastros oficiais do Ministério da Saúde e, por conta disso, não foram autorizados a receberem a dose de reforço, a exemplo do que vem ocorrendo esta semana com os profissionais de saúde em todo o estado de São Paulo.
Na Unicamp são 500 voluntários e muitos deles, trabalham na linha de frente do atendimento dos casos de Covid-19.
Um comunicado emitido nesta quinta-feira (7) pelo HC, no entanto, traz uma esperança aos voluntários. O hospital informa aos participantes que os entraves burocráticos estão sendo superados e que os nomes deverão entrar nos cadastros oficiais, assim que houver uma liberação pela Anvisa.
O comunicado informa que os centros coordenadores do estudo – no caso de Campinas, o HC da Unicamp – farão essa atualização, depois de acertos junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Conep ( Conselho Nacional de Ética em Pesquisa), o Centro Coordenador do Estudo Profiscov (CEPs) e o instituto Butantan.
O Ministério da Saúde informou em nota, que a expectativa é que os dados estejam disponíveis até o dia 15 de outubro.
Burocracia
No início da semana, voluntários constataram que seu nomes não constavam do cadastro oficial e, assim, ficaram de fora do grupo que já começou a receber a terceira dose. Além disso, reclamavam que tiveram de assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido em que constavam os possíveis riscos decorrentes da participação no estudo, mas em nenhum momento essa situação foi considerada entre os eventuais riscos.
Disseram ainda que o HC não havia informado sobre as razões da ausência de registro nos sistemas do Plano Nacional de Imunização (PNI) e sequer havia definido um prazo para uma resposta.
A secretaria estadual de Saúde informou que o processo de desenvolvimento da vacina é de responsabilidade do Instituto Butantan.
O Instituto, por vez, afirmou que é responsável apenas pelo pedido de abertura de cadastro dessas pessoas junto ao Ministério da Saúde, mas cabe ao Hospital das Clínicas da Unicamp fazer a atualização dos cadastros.
Na terça-feira (5) , o HC da Unicamp da informou que estava dependendo de ajustes de colocação de dados no Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), que vinha sendo tratado com Anvisa, Conep, Ministério da Saúde e Instituto Butantan.
A secretaria municipal de saúde, por sua vez, informou que enquanto os dados não forem inseridos no Sistema Estadual Vacivida – o sistema estadual on-line, que faz o registro nominal na aplicação das doses da vacina contra a Covid-19 – não poderá autorizar a aplicação.