De 32, agora só restam oito. Para as seleções que se preparam para as quartas de final da Copa do Mundo FIFA de 2022, a partir desta sexta-feira, é simples pensar que já esteja tudo bem resolvido em campo. É algo que seus técnicos adorariam dizer. Mas cada um desses oito times carrega dúvidas para serem resolvidas na busca pelo título mundial.
Algumas dessas questões são complexas a ponto de se tornarem um dilema. Outras surgiram no decorrer das primeiras quatro partidas, por conta de lesões e jogadores que corresponderam ao sair do banco de reservas.
Abaixo, o FIFA+ aborda alguns dos tópicos que serão respondidos quando os técnicos divulgarem suas escalações finais pouco antes das próximas partidas:
Argentina: Di María e Paredes voltam?
Lionel Scaloni teve de encontrar alternativas para remontar seu time quando perdeu Giovani Lo Celso, Ángel di María e Leandro Paredes devido a lesões. Agora, com os dois últimos recuperados, caberá ao técnico definir se eles voltam automaticamente ao time titular, tendo em conta que os jogadores que entraram fizeram bem seu papel, principalmente Enzo Fernández.
Brasil: a formação defensiva
A Seleção começou sua campanha com uma linha defensiva entrosada: Danilo, Thiago Silva, Marquinhos e Alex Sandro. Mas os dois laterais sofreram lesões durante a fase de grupos, deixando as cartas embaralhadas. Contra a Coreia do Sul, Militão jogou pela direita e Danilo, de volta, foi para a esquerda. O time ganhou em presença física. Será que Tite foi convencido a adotar esse quarteto? Alex Sandro se recupera a tempo? Por ora, isso é o que mais se aproxima de uma dúvida para o treinador após magnífica atuação.
Croácia: quem é o centroavante?
A Croácia chega às quartas de final com cinco gols marcados, mas quatro deles saíram num só jogo, contra o Canadá. O técnico Zlatko Dalic vem fazendo vários testes em busca de mais eficiência. Andrej Kramaric é presença quase certa. Ele jogou 276 minutos até agora, sempre como titular. Tem dois gols anotados. Mas… será que ele vai como centroavante ou pelo lado do campo? Caso atue com mais liberdade, quem jogará centralizado?
As opções são praticamente da mesma geração, mas ainda não conseguiram se distinguir um do outro. Bruno Petkovic foi titular contra o Japão e saiu duas vezes do banco, com 118 minutos no total. Já Marko Livaja começou duas vezes e foi chamado do banco outras duas, com 148 minutos e um gol marcado.
França: vale reforçar a marcação no meio-campo?
Na caminhada até as quartas, a decisão de reposicionar Antoine Griezmann em um meio-campo de três homens funcionou. No entanto, perante uma Inglaterra que promete um jogo robusto neste setor, será que Didier Deschamps se pode dar ao luxo de manter o rumo com “Grizzo” ou poderá recorrer ao combativo Youssouf Fofana?
Se optar pela segunda solução, teria difícil escolha: quem sacrificar? Talvez o técnico olhe para Griezmann e entenda que sua experiência e a criatividade são preponderantes. Nesse caso, poderia adiantá-lo, como um falso nove. E aí o artilheiro Olivier Giroud poderia ser sacado, para que o time mantenha suas flechas Ousmane Dembélé e Kylian Mbappé em campo. Ou Griezmann poderia ser o jogador removido, mantendo Giroud como o pivô.
Holanda: o papel de De Ligt
Matthijs de Ligt foi titular na partida de estreia da Holanda, contra Senegal, ficou 90 minutos em campo, e sua equipe não sofreu gols. Desde então, porém, o defensor do Bayern perdeu seu posto para Jurriën Timber, tendo voltado a campo só nos acréscimos do duelo com os EUA pelas oitavas.
Ao final dessa partida, Louis van Gaal disse que sua equipe precisaria melhorar no controle de bola. Ter De Ligt na linha defensiva poderia facilitar a troca de passes e a construção seu jogo. Mas será que o técnico está disposto a mexer em algo que vem dando certo?
A Inglaterra vai se ajustar contra Mbappé & Cia.?
Clássicos são assim, certo? Se a França poderia mudar sua formação titular, a mesma dúvida paira sobre a Inglaterra. Tudo vai depender do quão confiante seus técnicos estão com seus sistemas e o quanto respeitam o adversário.
Gareth Southgate vai continuar com seu 4-3-3 ou pode adotar uma formação com três zagueiros? Uma mudança representaria colocar um zagueiro na sobra para lidar com um ataque poderoso, com Kylian Mbappé representando por si só uma grande ameaça. A chave pode ser o posicionamento de Kyle Walker como lateral ou um zagueiro à direita. Qualquer mudança também poderia interferir no equilíbrio encontrado no meio-campo e no ataque.
Marrocos: encontrar o caminho de gol
O representante africano aperfeiçoou seu jogo defensivo, conseguindo a proeza de chegar às quartas sem ter levado sequer um gol de seus adversários. A única vez que a rede marroquina foi balançada foi graças a um gol contra de Nayef Aguerd contra o Canadá. Por outro lado, a equipe de Walid Regragui também vem tendo dificuldade para encontrar o caminho do gol: com quatro gols até aqui, seu ataque é o menos produtivo nas quartas.
Seu principal atacante, Youssef En-Nesyri, chegou ao Qatar sem marcar um único gol pelo Sevilla em La Liga. Embora tenha encontrado o fundo da rede na vitória sobre os canadenses, nem ele nem seus substitutos ao longo do torneio, Abderazzak Hamdallah e Walid Cheddira impressionaram.
Portugal: o lugar de Cristiano Ronaldo
A escalação contra a Suíça apresentou enorme surpresa: o maior jogador da história do país ficaria no banco. De lá, viu Gonçalo Ramos marcar um hat-trick. Diogo Dalot e Raphael Guerreiro foram os laterais –João Cancelo ficou fora. No meio-campo, William Carvalho jogou ao lado de Otávio. Agora nas quartas, fica a dúvida se o Fernando Santos vai manter o time que produziu tão bem contra a Suíça ou se vai novamente promover substituições para se adaptar a um adversário diferente. Haveria uma brecha para Ronaldo?