Em um novo relatório, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) revela que entre 83 milhões a 132 milhões de pessoas foram empurradas para a fome crônica em 2020. O documento da agência foi divulgado para coincidir com a Conferência da ONU sobre Sistemas Alimentares, que acontece nesta quinta-feira (23), em Nova Iorque.
O evento de alto nível busca chamar a atenção global para a urgência de uma reforma na produção e distribuição de alimentos e também para a importância de se erradicar a fome e reduzir doenças relacionadas à má alimentação. O chefe de Estatísticas da FAO, Pietro Gennari, declarou que a situação é “alarmante” e que agora, ficou mais difícil alcançar a Agenda 2030.
Praticamente 14% dos alimentos são perdidos ao longo da cadeia de abastecimento, isso antes de mesmo de chegar aos consumidores. Produtores de pequena escala continuam na desvantagem: as mulheres dos países em desenvolvimento ganham menos do que os homens, mesmo quando produzem mais.
A pandemia de Covid e as medidas de confinamento para conter a transmissão do vírus tiveram também um impacto na volatilidade dos preços dos alimentos, que aumentaram.
O relatório destaca ainda que a escassez de água é muito alta em várias regiões do mundo, o que também ameaça os progressos para o desenvolvimento sustentável.
Mas o documento relaciona alguns avanços do setor: implementação de decisões para combater a pesca ilegal, manejo sustentável de florestas, políticas para eliminar o subsídio das exportações agrícolas e investimentos para ampliar a produtividade em países em desenvolvimento.
A agência recomenda aos países uma séria de medidas, incluindo aumentar o investimento na agricultura, apoiar pequenos produtores e adotar medidas para conter a alta no preço dos alimentos. (Agência ONU News)