O movimento para penalizar o servidor público que se negar a tomar a vacina contra a Covid-19 deve ganhar mais adesão nos próximos dias. Vinte por cento dos municípios brasileiros, ou 235 cidades, confirmaram que devem adotar medidas para tornar a vacinação obrigatória no funcionalismo. O dado consta da 21ª edição da pesquisa semanal realizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). O Departamento de Vigilância em Saúde da Campinas (Devisa) informou que ainda não há uma posição do município a respeito do assunto.
Dos que adotarão a obrigatoriedade da vacinação, 52,8% afirmaram que a punição será a instauração de processo administrativo disciplinar. Pelo levantamento, realizado de 9 a 12 de agosto, 75,8 % dos gestores, dos 1.269 que responderam a essa questão, não pretendem obrigar os servidores a se vacinar. A pesquisa desta semana ouviu, no total, 2.383 dos 5.568 municípios do País.
No estado de São Paulo, a Capital foi a primeira a publicar um decreto em que torna obrigatória a vacinação entre os servidores, sob pena de instauração de processo administrativo. Na última quinta-feira, Hortolândia confirmou que a vacinação contra a Covid-19 também será obrigatória no município.
Os municípios continuam a identificar a preferência por alguma marca específica da vacina contra a Covid. Nesta semana, a situação foi observada e a CNM perguntou o que tem sido feito nestes casos. Cerca de 71,5% afirmaram que não é possível a escolha e aplicam o imunizante disponível. Já em 26% a pessoa não é vacinada e vai para o final da lista; enquanto em 8,7% dos Municípios pedem que a pessoa volte em outra oportunidade; em 1,4% dos casos se permite a escolha do imunizante.
A pesquisa ainda apontou que a vacinação está avançando e cerca de 37% das administrações públicas já vacinam jovens de 18 a 24 anos. Em 28%, a vacinação está entre 25 e 29 anos e 21% imunizam pessoas com idade entre 30 e 34 anos. Dos entrevistados, apenas um Município afirmou ainda estar na faixa etária acima de 50 anos.
Já a falta de imunizantes ainda foi registrada por 445, ou 18,7% dos respondentes. A vacinação segue normalmente em 1.910 prefeituras, ou 80%. Dos que afirmaram não ter doses para vacinar a população, 93% registraram a falta para a 1ª dose e 20% para a 2ª dose.
Variante Delta e óbitos
Nesta edição, a CNM questionou sobre a variante Delta, que tem sido motivo de preocupação de autoridades mundo afora. A nova variante, que, de acordo com os pesquisadores, pode ser mais contagiosa, foi identificada por quase 4% dos municípios.
As mortes por Covid-19 não foram registradas pela maioria das administrações públicas, 62% não tiveram óbitos pela doença; 18% mantêm a estabilidade no número de mortes; 11,4% registram diminuição; e 6,7% aumento. Medidas de restrição de circulação da população para evitar a disseminação da Covid ainda são adotadas em 59% dos municípios. Em 38% as atividades e a circulação da população voltaram à normalidade.
Retorno às aulas
A retomada das aulas foi mais uma vez questionada na pesquisa. Dos 2.383 municípios que responderam essa questão, em 749 localidades, o retorno às aulas será entre 50 e 70% dos estudantes; em 525 menos de 50% das crianças voltam ao ensino presencial; e em 311 municípios todos os alunos da rede pública de ensino retomam às aulas normalmente; em 268 nenhuma criança deve voltar às escolas no modo presencial.