A neoplasia óssea que mais acomete cães é o Osteossarcoma (OSA). Trata-se de um tumor maligno e pode se manifestar em qualquer tecido ósseo do animal, sendo mais comum nos membros (esqueleto apendicular). Com o intuito de conscientizar a população sobre esta doença e a importância do diagnóstico precoce para um tratamento eficaz e assertivo, seguindo o exemplo na Medicina, foi criada a campanha Julho Amarelo na Veterinária, uma iniciativa ao estilo da campanha Outubro Rosa e Novembro Azul, visando colocar essas patologias em evidência.
De acordo com a professor de Oncologia Veterinária da Faculdade Qualittas, Alexandra Fantinatti, o OSA apendicular é observado em raças grandes e gigantes e alguns estudos demonstraram maior frequência em cães de média idade – em torno de 7,5 anos. “As raças mais acometidas, São Bernardo, Dinamarquês, Setter Irlandês, Dobermann, Pastor-alemão, Golden Retriever, Boxer, Rottweiler, Fila Brasileiro e Mastiff”, diz Alexandra.
Segundo a especialista, o principal sintoma é a dor e claudicação, que geralmente tem início gradual com evolução aguda ou crônica com o membro apoiado em pinça. Em um segundo momento ocorre o inchaço no local do tumor.
Estabelecer o diagnóstico é o primeiro desafio para o tratamento de tumores ósseos. “Exames de estadiamento como radiografia e/ou tomografia são indicados para determinar a presença de lesão no osso e extensão da doença (metástases), seguidos pela biopsia para identificar o tipo de tumor. Cirurgia (amputação radical do membro; preservação do membro), quimioterapia, radioterapia são técnicas empregadas no tratamento do OSA. O tratamento individualizado visando qualidade de vida e aumento da sobrevida do paciente”, explica.
Novo tratamento
Recentemente estudos em pesquisa científica conduzidos no Estados Unidos e Brasil (UNESP/Jaboticabal) apontam a Imunoterapia como terapia promissora para tratamento do Osteossarcoma em cães.
Comparative Oncology – A Oncologia Comparada é uma abordagem que recentemente ganhou destaque significativo na imprensa leiga e científica.
“A Oncologia Comparada refere-se à disciplina que integra os cânceres de ocorrência natural vistos em nossos pacientes veterinários em estudos mais gerais de biologia e terapia do câncer. Isso inclui o estudo da patogênese do câncer (ou seja, o estudo de genes e proteínas associados ao câncer) e o estudo de novas opções de tratamento para o manejo do câncer”, diz Alexandra.
Para a oncologista, por natureza, essa abordagem oferece novas oportunidades para pacientes com câncer veterinários e humanos atuais e futuros. Embora várias espécies veterinárias, incluindo o gato, o cavalo e o furão, desenvolvam cânceres de interesse comparativo, a maioria dos esforços científicos e clínicos até agora se concentrou no cão e semelhanças fisiológicas entre cães e humanos, seu longo uso como modelo toxicológico no desenvolvimento de medicamentos e, mais importante, o grande número de cães que são diagnosticados e tratados com câncer anualmente.
Fontes:
Paoloni MC, Khanna C. Comparative oncology today. Vet Clin North Am Small Anim Pract. 2007;37(6):1023-v.)
Oncologia em cães e gatos/ Carlos Roberto Daleck, Andrigo Barboza De Nardi. – 2. Ed. – Rio de Janeiro: Roca, 2016.