Após a dolorosa derrota por 1 a 0 para o Guarani no Dérbi 206, disputado no último sábado (2), no estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, o técnico pontepretano Pintado reconheceu que a atuação de sua equipe deixou bastante a desejar, principalmente em termos ofensivos, com pouca criatividade e muita dificuldade para criar chances de gol.
O comandante pontepretano também não escondeu a necessidade de reforços para o setor em que a Macaca mais sofre na Série B: a equipe alvinegra possui o pior ataque do campeonato, empatada com o lanterna ABC, com apenas 16 gols em 26 jogos. A nova janela de transferências exclusiva para contratação de atletas de clubes eliminados na primeira fase da Série C abriu no último domingo (3) e segue até o dia 15 de setembro.
“O Guarani encaixou a marcação e nós tivemos dificuldade. Temos que construir melhor nesse último terço do campo. Acredito que a Ponte vai apresentar mais alguns reforços na próxima semana porque a nossa necessidade é muito clara. Fomos buscar o resultado no segundo tempo, mas faltou alguma coisa”, afirmou Pintado, que perdeu o clássico campineiro pela segunda vez, assim como havia em entrevista coletiva concedida logo depois do clássico campineiro vencido pelo Guarani.
“Eu vim para deixar a Ponte Preta na Série B. A gente vai continuar lutando muito e vou conseguir fazer isso, é minha obrigação”, assegurou Pintado.
Pintado lamentou o lance que decidiu a partida a favor do time bugrino, protagonizado pelo atacante Bruno José, aos 41 minutos do primeiro tempo. O treinador apontou frouxidão na marcação, apesar do chute de rara felicidade que morreu no ângulo do goleiro Caíque França. Foi a primeira derrota em quatro clássicos do arqueiro de 26 anos.
“Os dois extremos do Guarani são muito rápidos e a gente sabia disso. Conseguimos bloquear uma boa parte do jogo, mas é falha nossa deixar um atacante finalizar. Foi muito mais mérito dele acertar uma bola indefensável do que erro nosso, mas essa marcação não pode ser tão frágil assim como foi nesse gol”, avaliou Pintado.
Este foi o segundo clássico campineiro da carreira de Pintado, que mais uma vez saiu derrotado. Em 2009, também no comando da Ponte Preta, o treinador amargou derrota por 1 a 0 para o Guarani, no Dérbi 84, disputado no dia 20 de junho de 2009, no estádio Moisés Lucarelli. Aquela foi a última vez que a Macaca perdeu dentro de casa para o seu maior rival até hoje. O tabu está prestes a completar 15 anos.
O treinador da Macaca também comentou sobre a forte chuva e como o gramado molhado influenciou a favor do adversário bugrino. “O gramado pesou um pouco para nós, que somos uma equipe mais pesada. A gente encontrou dificuldade porque o Guarani tem um sistema bem armado que aproveita a velocidade dos homens da frente e um campo molhado ajuda isso”, analisou o comandante.
Pintado ainda elogiou o desempenho da árbitra Edina Alves Batista, a primeira mulher a apitar um clássico campineiro em 111 anos de rivalidade entre Ponte Preta e Guarani. “Vou confessar que antes do jogo eu estava preocupado porque é um jogo diferente, emocional, de tensão, onde as duas equipes realmente querem um resultado. Eu tinha essa preocupação pela falta de experiência da Edina em um Dérbi, mas acho que ela foi feliz. Gostei da arbitragem, acho que ela foi parelha para os dois lados”
Com a derrota para o maior rival, que quebrou uma sequência de quatro jogos de invencibilidade, a maior da equipe em toda a Série B, a Ponte Preta viu a distância para o Z4 cair de cinco para quatro pontos, mas não tem motivos para se queixar, já que nenhum dos últimos 10 colocados venceram na rodada.
Primeiro time dentro da degola, o Sampaio Corrêa completou 10 jogos sem vitória ao ceder o empate nos acréscimos do segundo tempo e ficar no 1 a 1 com o lanterna ABC, no Frasqueirão, em Natal. Foi o sétimo resultado consecutivo de igualdade da equipe maranhense, que inclusive é a próxima adversária da Ponte Preta, em confronto direto que acontece no próximo sábado (9), no estádio Moisés Lucarelli.
Na 14ª colocação, com 31 pontos, a Macaca precisa de mais cinco vitórias para chegar ao número mágico de 46 pontos e se livrar matematicamente do trágico rebaixamento à Série C. “Eu gostaria de ter vencido os jogos do Vitória, do Ceará… São jogos que a gente deixa escapar e fazem falta na competição, mas eu acredito nesse grupo. Sei que estão trabalhando muito. Ninguém está de braços cruzados”, disse Pintado.