A Tropa de Choque da Polícia Militar conseguiu liberar a Rodovia dos Bandeirantes nas imediações do Rodoanel, em São Paulo, e destravar um congestionamento que atingiu até 30km no pico dos transtornos. A manhã dos motoristas foi de caos nesta terça-feora (30) em razão de um protesto organizado por lideranças indígenas. Eles travaram a estrada, no sentido Interior-Capital, desde as 6h, e o acesso dos motoristas pela Rodovia dos Bandeirantes ficou impossibilitado.
Campineiros que seguiam para São Paulo ficaram trancados em seus veículos. Ônibus fretados e de linha também chegaram atrasados aos seus destinos. Houve muita reclamação dos motoristas. Eles entendem que o protesto pode até ser legítimo, mas desde que não atrapalhe o direito constitucional de ir e vir dos cidadãos.
A PM continua no local, próximo à entrada da comunidade indígena, às margens da Bandeirantes, para evitar que os manifestantes voltem a bloquear a pista.
O ato com barricadas de fogo em pneus ocorreu nas imediações do km 20 da Bandeirantes, perto do Pico do Jaraguá. Na região existem núcleos indígenas da etnia guarani. Eles protestam contra o Projeto de Lei (PL) 490. O texto dificulta as demarcações de terra indígenas, segundo os ativistas. As lideranças entendem que o PL enfraquece a proteção das áreas que já foram demarcadas.
O tema tem sido debatido no Congresso e no governo federal, o que tem trazido polêmica.
Os motoristas que saem da região de Campinas tiveram como alternativa para chegar à Capital a Rodovia Anhanguera. No ato há faixas citando o PL 490.
Depois de uma tentativa frustrada de liberação da pista, a Tropa de Choque da Polícia Militar (PM) interveio por volta de 8h30. Com escudos balísticos e bombas de efeito moral, o grupo avançou sobre os manifestantes para que eles se dispersassem. A tropa também usou jatos d’água.
Nesta terça-feira (29), os guaranis de São Paulo fizeram atos no Largo São Francisco, na região central da cidade, e uma grande vigília na Terra Indígena Jaraguá começou no fim da tarde. Segundo eles, novos atos devem ser realizados em todo o País para que essa lei não seja aprovada.
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