O aluno de 13 anos que matou uma professora e feriu outras quatro pessoas, na segunda-feira (27), na Escola Estadual Thomázia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo, anunciou nas redes sociais que faria o ataque. Todos os que curtiram a publicação do autor do crime serão investigados pela Polícia Civil, anunciou o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.
Durante entrevista coletiva nesta segunda-feira à tarde, Derrite confirmou que o adolescente publicou mensagens em uma conta restrita do Twitter. Não está descartada, segundo o secretário, a possibilidade de que mais alguém tenha ajudado o agressor no plano de ataque à escola.
“Não posso dar detalhes. Todo mundo que clicou e curtiu algum comentário dele, ou que fez comentário em cima de alguma publicação dele, vai ser objeto de apuração da Polícia Civil. Se forem menores, os responsáveis serão chamados”, afirmou o secretário em coletiva de imprensa.
O secretário de Educação, Renato Feder, confirmou que na última sexta-feira, houve uma briga na escola que teria motivado o ataque desta segunda. Ofensas racistas feitas pelo agressor contra um outro estudante é que teriam dado início à confusão. Segundo Feder, a direção da escola estava apurando os dois lados da história e pretendia realizar uma reunião nesta segunda-feira para discutir o assunto.
O agressor foi apreendido pela Polícia Militar ainda na escola, após ser desarmado por duas professores – uma delas o imobilizou e a outra, tirou a faca de suas mãos. Na mochila que ele carregava havia luvas, pedaço de uma tesoura, celular, faca e uma balaclava. Na casa dele foram apreendidos um computador, uma arma de airsoft e um videogame.
O ataque
O estudante de 13 anos iniciou o ataque logo após a abertura dos portões da escola, por volta das 7h20. Ele entrou em duas salas de aula, com a faca em mãos e usando máscara de caveira. A professora Elisabete Tenreiro foi morta com pelo menos dez facadas. A mãe de uma estudante contou a policiais que Elisabete interferiu na confusão da última sexta-feira, iniciada pelo agressor ao fazer xingamentos racistas contra outro aluno.
O estudante alvo dos xingamentos não foi à aula nesta segunda-feira, mas um dos alunos feridos teria partido em defesa dele na confusão de sexta.
A professora era funcionária aposentada do Instituto Adolfo Lutz da Secretaria de Estado da Saúde, onde trabalhou ao longo de quatro décadas na área de planejamento e desenvolvimento de atividades. Desde 2013 atuava como professora. Na Escola Estadual Thomazia Montoro, dava aulas de Ciências desde o início deste ano.
Estado das vítimas
A Secretaria de Estado da Saúde informou que a professora Ana Célia da Rosa, vítima do ataque à faca na Escola Estadual Thomazia Montoro em São Paulo, segue internada em observação no Hospital das Clínicas da FMUSP. Ela passou por cirurgia no início da tarde para sutura dos ferimentos e está estável.
Com relação às demais vítimas, dois alunos que foram atendidos no Hospital Bandeirantes já tiveram alta. Outras duas professoras que receberam atendimento no Hospital Universitário da USP (HU) e no São Luiz tiveram ferimentos superficiais e também tiveram alta. Já a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, que havia sido encaminhada em estado grave para o HU, não resistiu e morreu.
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