A Polícia Civil confirmou a prisão do terceiro suspeito de participar do sequestro e morte de Jonas Lucas Alves Dias, 55 anos, ganhador da Mega-Sena, em Hortolândia. Um quarto homem segue foragido. A delegada Juliana Ricci, da Divisão de Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba, responsável pelas investigações, confirmou que Roberto Jefferson da Silva, conhecido como Gordo, foi preso nesta sexta-feira (23).
A delegada não informou as circunstâncias da prisão e nem onde ocorreu. Disse apenas que vai interrogá-lo já no começo desta noite. Apenas Marcos Vinicyus Sales de Oliveira continua foragido.
Nesta quinta-feira (22), a polícia havia divulgado imagens dos dois suspeitos e solicitado que a população fizesse denúncias no número (19) 3421-6169 (Deic) ou 181. Ainda não há a confirmação se a polícia chegou até Gordo por meio de denúncia anônima.
A polícia já havia prendido um homem de 48 anos e uma mulher trans de 24, envolvidos no crime.
Entenda o caso
O assassinato de Jonas Lucas Alves Dias, 55 anos, premiado com R$ 47 milhões na Mega-Sena em 2020, foi motivado por dinheiro, segundo apuração inicial da polícia. Dias vivia no Jardim Rosolém, em Hortolândia, onde todos sabiam que ele tinha grande soma de dinheiro, e manteve os mesmos hábitos de antes do prêmio.
Jonas chegou a ser socorrido com vida quando estava agonizando às margens da Rodovia dos Bandeirantes, no Jardim São Pedro, em Hortolândia. Atendido por uma ambulância da AutoBAn, concessionária que administra a rodovia, ele foi levado a um hospital em Sumaré, mas não resistiu aos ferimentos.
Na ocasião, seu irmão, de 65 anos, prestou esclarecimentos à polícia e relatou que o homem estava desaparecido havia um dia. O seu cartão de débito foi levado pelos suspeitos. Uma das tentativas de saque de sua conta foi de R$ 3 milhões.
Durante as investigações, os agentes colheram depoimentos de testemunhas, cumpriram dois mandados de busca e apreensão nas casas dos proprietários de dois automóveis (Fiesta preto e uma caminhonete prata) e analisaram as imagens das câmeras de segurança que registraram a ação dos criminosos. Os agentes solicitaram ainda a quebra dos sigilos telefônico e bancário.
Neste trabalho os policiais identificaram ao menos quatro envolvidos, de 22, 24, 38 e 48 anos, dois já se encontram presos.
Na investigação foi verificado que aproximadamente R$ 20 mil foram retirados da conta de Jonas por meio de transferências via Pix e saques em uma agência bancária. O investigado de 22 anos, que era dono da caminhonete, teria ido até o banco para configurar um aplicativo em um celular e efetuar as transações para a conta de uma mulher, de 24 anos.
O homem de 38 anos seria o proprietário do carro e não possuía antecedentes criminais. A Polícia Civil realiza buscas para localizar os outros dois identificados que teriam participaram do crime. Os envolvidos não eram conhecidos da vítima, mas sabiam da condição social dela.