Com o empate em 0 a 0 com a Chapecoense, em duelo disputado na noite da última terça-feira (26), no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, a Ponte Preta não conseguiu se libertar da marca negativa de pior ataque da Série B, com apenas quatro gols marcados em nove rodadas, o que corresponde a uma média de uma bola na rede a cada 200 minutos, aproximadamente. Neste momento, entre todos os 20 participantes do campeonato, é o maior tempo que um time leva, em média, para balançar o barbante.
A baixa quantidade de gols anotados pela Macaca na atual edição do Campeonato Brasileiro é equivalente somente a de seu maior rival Guarani e do CSA, duas equipes que aparecem dentro da zona de rebaixamento, mas possuem um jogo a menos, ou seja, também somam quatro gols, só que em oito jogos disputados.
“Naturalmente, a gente está chateado, mas o primeiro tempo foi crucial para não sairmos com o resultado. Jogamos no campo do adversário, mas não tivemos lucidez nenhuma. Não estou feliz nem satisfeito, mas convicto de que existe um norte”, ponderou o técnico Hélio dos Anjos, em entrevista concedida logo após o empate sem gols com a a Chapecoense, no Majestoso.
Ao todo, em 22 jogos na temporada, a Ponte Preta deixou o campo 13 vezes sem comemorar nenhum gol, o que corresponde a cerca de 60% das partidas. Em outras palavras, a Macaca balançou as redes em apenas nove jogos que disputou neste ano, sendo que em apenas cinco anotou dois gols.
No Campeonato Paulista, isso aconteceu nas vitórias por 2 a 0 sobre o Novorizontino e 2 a 1 sobre a Ferroviária, e nos empates em 2 a 2 com Inter de Limeira e Ituano, este último o jogo da queda à Série A2.
Já na Série B, a Ponte só marcou em dose dupla na vitória por 2 a 0 sobre o Brusque. A equipe alvinegra ainda não marcou três gols ou mais em nenhum jogo da temporada, nem sob o comando de Hélio dos Anjos nem de Gilson Kleina.
Embora tenha sofrido somente seis gols na Série B, menos do que metade dos times do torneio, a baixa produção ofensiva impede a Macaca de alcançar uma regularidade que lhe permita subir na tabela e se aproximar do grupo de acesso, que neste momento está cinco pontos distante da equipe, mas pode chegar até sete ao fim da rodada.
Portanto, neste momento, a realidade é olhar para o retrovisor. Dependendo de uma combinação de resultados, a Ponte Preta pode até acabar a rodada dentro da degola. Para isso acontecer, basta que quatro dos seis times que aparecem imediatamente abaixo na tabela vençam as suas partidas e o Ituano não perca por três gols de diferença para o Náutico.
“Eu criei uma expectativa quando cheguei, mas a realidade está sendo disputar na parte de baixo. A torcida está magoada, pois de quatro anos para cá a Ponte vem disputando o rebolo o tempo todo. Esse grupo trabalha e o comprometimento é grande. Não é por falta de organização que a Ponte está passando por isso”, garantiu o técnico Hélio dos Anjos.