A lista de erros de arbitragem que prejudicaram a Ponte Preta na Série B aumentou mais um pouco no último sábado (11), quando a Macaca foi derrotada pelo Cruzeiro por 1 a 0, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. O resultado negativo representou o 15º jogo sem vitória da equipe alvinegra como visitante e provocou a perda de uma posição na tabela em relação à rodada anterior. A Ponte ocupa a 16ª colocação, com 25 pontos, a apenas dois de distância da zona de rebaixamento.
Como se não bastasse o obstáculo de jogar fora de casa com a presença de cerca de quatro mil torcedores adversários, o árbitro Wágner do Nascimento Magalhães, do Rio de Janeiro, cometeu pelo menos dois erros crassos que mudaram o rumo da partida.
O primeiro equívoco veio logo com quatro segundos de jogo, quando o meia-atacante Claudinho deu uma entrada muito dura no lateral-esquerdo Marcelo Hermes, ex-Cruzeiro, que estreava com a camisa pontepretana. Apesar da falta digna de expulsão, o juiz contemporizou e aplicou somente cartão amarelo para o jogador cruzeirense.
No entanto, o lance que mais revoltou os pontepretanos aconteceu aos quatro minutos do segundo tempo, quando Moisés invadiu a área, driblou o lateral-direito Raúl Cáceres e foi derrubado pelo zagueiro Ramon dentro da grande área. O bico da chuteira do defensor acertou o joelho do goleador da Macaca, mas o juiz mandou seguir o jogo. Mesmo com a possibilidade de revisar o lance na cabine do VAR, o árbitro ignorou o vídeo e manteve a decisão de campo, ou seja, não assinalou pênalti.
“Após o jogo, eu fui conversar com o árbitro e ele falou para mim que, na visão dele, não foi pênalti. A minha pergunta é apenas qual foi essa visão dele. Nesses lances muito duvidosos, por que não utilizar o VAR, que é justamente para dar ferramentas à arbitragem? Se ele tivesse revisado no vídeo e respondido para mim que não foi pênalti, eu até entenderia, mas ele não chegou a olhar, então acho que a gente pode tirar o VAR, já que não está sendo muito usado”, esbravejou o auxiliar Fabiano Xhá, em entrevista coletiva concedida logo após a derrota em Minas Gerais. Como o técnico Gilson Kleina estava suspenso e não pôde ficar no banco de reservas, Xhá foi quem comandou a equipe à beira do gramado.
Fabiano Xhá também reclamou das condições em que o jogo foi realizado, num gramado pouco favorável, às 11 horas da manhã. “É um pouco desumano colocar pessoas para correr próximo ao meio-dia, com temperatura entre 35 e 36 graus. A umidade do ar estava muito baixa, em torno de 25 ou 26%. Para pessoas em situações normais, isso já é considerado um certo risco, imagine para atletas que precisam praticar um jogo. O que vão falar é que o calor é para os dois, mas realmente acho que não são as condições ideais de clima para jogar, pois a gente precisou hidratar muito os atletas e tiveram jogadores com muito boas condições físicas sofrendo com câimbras. Mesmo assim, apesar da derrota, eu acredito que a gente conseguiu superar isso e também o gramado, que prejudicou um pouco”, apontou Xhá.
Reapresentação e Dérbi pela frente
De volta a Campinas, ainda dominado pelo sentimento de insatisfação com a arbitragem do jogo contra o Cruzeiro, o elenco da Ponte Preta se reapresentou na manhã desta segunda-feira (13), no CT Jardim Eulina. A equipe tenta virar mais uma página negativa para focar somente no Dérbi 201 contra o Guarani, que acontece nesta próxima sexta-feira (17), às 21h30, no estádio Moisés Lucarelli.
“Nós já estávamos fazendo a preparação para o Dérbi desde antes do jogo contra o Cruzeiro, conversando muito com os atletas, treinando e mantendo uma plataforma forte. O Dérbi é um campeonato à parte para a gente, então já começamos a reunir o grupo, juntar forças e fazer o máximo possível para chegar com todas as forças e estratégia necessária para isso”, afirmou Fabiano Xhá.
O auxiliar pontepretano também atualizou a situação física de Niltinho e Rodrigão, que desfalcaram a equipe contra o Cruzeiro. “Niltinho já está mais adiantado, em transição, enquanto o Rodrigão melhorou da virose, então os dois devem estar à disposição. Temos uma semana cheia para preparar e escolher quem colocar em campo, independente se serão eles ou não. A força do nosso elenco está muito boa, às vezes até estreando jogadores e tendo uma boa resposta. Temos de valorizar o elenco todo”, destacou.
Neste contexto, Fabiano Xhá espera que o atacante Moisés esteja à disposição de Gilson Kleina para o clássico campineiro. O jogador sentiu dores no joelho na reta final do duelo contra o Cruzeiro e terminou o jogo no sacrifício. Agora resta esperar o resultado dos exames para saber a gravidade da lesão.
“O Moisés não sabe ao certo se torceu ou não o joelho. Ele levou um pisão e provavelmente deve ter dado uma torcida. Infelizmente, perdemos ao mesmo tempo na partida os nossos dois pontas, que são os dois jogadores mais rápidos do time. Eu tinha só mais uma substituição para fazer, então conversei com o Iago e com o Moisés. O Iago falou que, infelizmente, não tinha mais jeito e não conseguia mais apoiar o pé no chão, enquanto o Moisés disse que aguentaria mais um pouco. A estratégia foi ele só ficar entre os dois zagueiros e ficar lá tentando segurar os zagueiros”, justificou Xhá.