O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai fechando o time, com indicações para postos chaves do primeiro e do segundo escalões. Depois de confimar os nomes dos escolhidos para os 37 ministérios da Esplanada, as últimas horas foram de definições para outros cargos.
Lula anunciou a indicação do advogado, economista e senador do PT Jean Paul Prates para a presidência da Petrobras, posto estratégico. Com o início do próximo governo, a indicação deverá ser formalizada pelo Ministério de Minas e Energia, para o qual foi anunciado o senador Alexandre Silveira (MDB-MG).
Prates foi eleito em 2014 primeiro suplente da senadora Fátima Bezerra (PT-RN), para o período 2015-2022, e assumiu a vaga dela no Senado em 2019, após sua eleição para governadora do Rio Grande do Norte.
O senador foi às redes sociais nesta sexta-feira para declarar que estava honrado com a escolha e disse que o “olhar para o futuro” foi a principal demanda dada a ele pelo presidente eleito Lula.
“Precisamos pensar no futuro e investir na transição energética para atender às necessidades do País, do planeta e da sociedade, além dos interesses de longo prazo de seus acionistas [da Petrobras]”, disse ele. Afirmou, ainda, que Lula “acredita que a empresa deve permanecer como uma referência de mercado, tecnologia, governança e responsabilidade social”.
Braspetro
O indicado cursou Direito na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Economia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Na pós-graduação, fez mestrado em Planejamento Energético e Gestão Ambiental pela Universidade da Pennsylvania, nos Estados Unidos. Na França, concluiu o segundo mestrado, em Economia de Petróleo, Gás e Motores, pelo Instituto Francês do Petróleo.
Prates foi membro da assessoria jurídica da Petrobras Internacional (Braspetro), no fim da década de 1980, e teve sua atuação profissional ligada à área de petróleo e gás, participando da elaboração da Lei do Petróleo e da redação do modelo do contrato de concessão oficial brasileiro e do decreto dos royalties.
A Petrobras informou que, seguindo os trâmites usuais de indicação de administradores da Companhia, o nome do indicado deverá passar por procedimentos internos de governança. No caso do presidente e demais membros da Diretora Executiva, a indicação final dependerá da aprovação pelo Conselho de Administração, nos termos da Lei e do Estatuto Social da Companhia.
Alckmin anuncia Jorge Viana como futuro presidente da Apex
O ex-governador do Acre, Jorge Viana, vai assumir a presidência da Agência Nacional Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (ApexBrasil). O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, confirmou a nomeação do petista para o posto.
Na mesma ocasião, Alckmin confirmou que a executiva da área de relações internacionais, Tatiana Prazeres, comandará a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – pasta à qual a Apex está vinculada e que será chefiada pelo próprio Alckmin, que acumulará as funções de vice-presidente e ministro.
Viana governou o Acre por dois mandatos, entre 1999 e 2006. Também foi prefeito de Rio Branco (1993/1996) e senador pelo seu estado (2011/2018). Este ano, perdeu a disputa ao governo estadual para o atual governador Gladson Cameli (PP), que se reelegeu com 56,5% dos votos.
Engenheiro florestal e professor universitário, Viana já atuou na iniciativa privada e é associado a pautas ambientais, sendo um defensor de projetos de desenvolvimento sustentável. À frente da ApexBrasil, responderá pela promoção das exportações brasileiras e o estímulo à internacionalização das empresas brasileiras e aos investimentos estrangeiros.
Já a atual diretora de Relações Internacionais da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Tatiana Prazeres, é servidora de carreira do próprio Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, já tendo respondido pela Secex entre 2011 e 2013, no governo Dilma Rousseff.
Tatiana também atuou como conselheira sênior do ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o diplomata brasileiro Roberto Azevêdo, e trabalhou na China entre 2019 e 2021.
Deputada federal Joênia Wapichana indígena chefiará Funai
A deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR) confirmou que assumirá a presidência da Fundação Nacional do Índios a convite do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Primeira indígena eleita para a Câmara dos Deputados, em 2018, a advogada não foi reeleita este ano. Em compensação, está em via de tornar-se também a primeira indígena a chefiar o órgão indigenista.
Lula publicou, no Twitter, uma foto sua com Joênia, destacando o fato de, “pela primeira vez”, a Funai ser presidida por uma indígena. “Novos tempos para o Brasil”, escreveu o presidente eleito. Pouco depois, a própria deputada republicou a mensagem de Lula, acrescentando a ela uma declaração: “Desafio aceito!”
Atualmente, a Funai está vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, mas a partir do próximo domingo (1), quando Lula e seu vice, Geraldo Alckmin forem empossados, passará a compor o organograma do Ministério dos Povos Indígenas, pasta criada pelo futuro governo e que será chefiada por outra indígena, a deputada federal eleita Sônia Guajajara (Psol-SP).
“Eles [indígenas] estão mais do que preparados para trabalhar nos seus problemas e resolver seus problemas”, afirmou o presidente eleito, manifestando estar “feliz” ao nomear a primeira ministra indígena da história brasileiro.
Em sua conta pessoal no Twitter, Sônia escreveu que se sente honrada e feliz. “Mais do que uma conquista pessoal, esta é uma conquista coletiva dos povos indígenas, um momento histórico de princípio de reparação no Brasil. A criação do Ministério é a confirmação do compromisso que Lula assume com nós”.
(Agência Brasil)