Após ter negado o pedido de vereador Paulo Gaspar para que técnicos acompanhassem a poda e extração de árvores no Bosque dos Jequitibás, a Prefeitura de Campinas voltou atrás. Em comunicado divulgado neste sábado (22), a Secretaria de Serviços Públicos informa que “deferiu o pedido do vereador Paulo Gaspar quanto à entrada no Bosque dos Jequitibás e acompanhamento do manejo das árvores do espaço em relação aos parlamentares”.
No mesmo comunicado, diz que o acesso dos dois técnicos solicitado pelo parlamentar também está autorizado a partir desta segunda-feira (24), “com algumas restrições para garantir a segurança dos representantes do parlamentar”.
Na sexta-feira (21), a Administração desautorizou a permanência no local dos profissionais que assinam o documento do laudo que direciona a ação de poda a extração de árvores no Bosque. Apenas a presença de Gaspar havia sido liberada. A resposta, segundo Gaspar, trazia a seguinte justificativa.
“Quanto a indivíduos que não compõem o quadro funcional de agentes do poder público, não será autorizado seu respectivo acesso ao Bosque dos Jequitibás durante o trabalho operacional, visto que encontram-se no recinto veículos com equipamentos específicos, mão de obra operacional e equipamentos afins, colocando em risco a segurança de pessoas estranhas ao objeto”, diz o comunicado assinado pela SSP.
O manejo das árvores está envolvido em polêmica desde o início do ano, quando a SSP anunciou, por meio de um relatório, a necessidade de extração de 108 exemplares arbóreos e a poda de outros três. A CEE, Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comdema) e o Ministério Público de São Paulo solicitaram novos estudos sob contestação da Administração.
Após embates, uma avaliação paralela foi realizada e o laudo, assinado por biólogos, agrônomos e outros técnicos, apontou que 75 árvores precisavam ser removidas, contrariando o relatório da SSP. A Prefeitura voltou atrás e concordou com esse número, mas enfatizou que as outras 33 seriam analisadas.
O trabalho de remoção teve início na manhã desta quinta-feira (20). A Prefeitura aguardava uma sinalização do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo (Condephaat) para começar as intervenções no Bosque e recebeu a autorização na quarta-feira (19) à tarde. Segundo o DPJ, a intenção é concluir o serviço em 15 dias para que o espaço possa ser reaberto ao público em agosto.