Nunca me imaginei estando à frente de uma sala de aula, ser uma figura que na Programação Neurolinguística (PNL) chamamos de autoridade, ser uma pessoa capaz de estimular jovens a pensarem com senso crítico. Pois bem, aqui estou eu, nos meus 29 anos de idade, atuando como professor de Filosofia. O texto de hoje se destina a todos os professores que amam tal profissão e que, mesmo sendo totalmente desvalorizada, ainda se doam de corpo e alma. Não me abandone nessa reflexão.
Dentro de uma sala de aula (falo por mim) me sinto útil, responsável por preparar a mentalidade dos alunos que ali minha frente estão. Jamais imponho nada, pois não estamos numa ditadura ou numa época de escravidão. Adoto sempre a postura de expor, não obrigo ninguém a nada, tento conquistar cada aluno, cada aluna, não os julgo, os convido a refletirem sobre os temas que farão a diferença em suas vidas, trazendo exemplos didáticos do cotidiano deles.
Prezo pela empatia, prezo pela história de cada um, não me limito ao que se passa dentro das quatro paredes de minha sala de aula, pois sei que o ser humano é a união de todas as áreas de sua vida, não há uma separação. O eu aluno é o mesmo eu que é filho, que é irmão, que é neto, que é sozinho, que sofre bullying, que perdeu os pais, que sofre com insegurança, que tem medos, que não tem sonhos, que guarda humilhações em sua memória…
Os alunos que estão diante de mim são oportunidades para que eu cresça enquanto professor e enquanto ser humano. Aprendo com cada um deles, aprendo a me comportar, a como me expressar, a como usar as palavras e as expressões não verbais. Lecionar acaba sendo, para mim, uma troca.
Não sei se tudo o que escrevi nas linhas anteriores representa a mentalidade da maioria dos professores, falo por mim. Estou longe de ter a pretensão de querer representar tal classe. Confesso que admito amar o que faço. Pedi demissão de um emprego em um banco de renome nacional ganhando um alto salário para ganhar financeiramente mal, mas receber o que nenhum dinheiro no mundo paga: o carinho e o respeito de cada aluno.
Cada um deles que comigo interage me passa a sensação de estar numa sessão com um psicólogo, às vezes eu atendo, às vezes eu sou o atendido. Às vezes me assistem, outras sou eu o assistido.
Nessa data queria agradecer a todos os professores que me incentivaram nessa minha jornada, seja na educação básica, Ensino Fundamental e Médio, na Universidade. Muito obrigado.
Obrigado também aos poucos professores que me humilharam, pois com eles aprendi a jamais repetir tais posturas com meus alunos. A vida é uma constante professora que nos dá a oportunidade de com ela aprender.
Parabéns professores por essa vocação, pela virtude de lecionar, de ensinar. E você que é aluno, aluna, dê valor aos seus professores, eles também têm uma vida fora da sala de aula, um lado da vida cheia de alegrias, sorrisos e felicidades e outro lado com momentos de tristezas, lágrimas e solidão, mas escondem esse último lado na hora de entrar na sala de aula por vocês, para lhes entregarem o melhor que têm a lhes oferecer. Um grande abraço a todos nós!
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL)