Frequentadores e comerciantes estabelecidos no Parque Portugal aprovaram as medidas adotadas pelo poder público municipal após a queda do eucalipto que matou uma criança de 7 anos no mês passado. O fechamento do espaço e o corte de mais de 200 árvores foram iniciativas necessárias e compreensíveis, na opinião das pessoas ouvidas pela reportagem do Hora Campinas neste sábado, quando os quiosques do entorno tiveram permissão de reabertura.
Os comerciantes admitem que tiveram impacto severo no orçamento em razão do fechamento forçado, mas estão de acordo com essa intervenção. Eles ressaltam que a segurança nos passeios é prioritária. E, quanto mais seguro for o lazer, mais público frequentará o espaço.
Os permissionários informaram que estão avisando seus clientes da reabertura. E o estão fazendo por meio de suas redes sociais.
Enquete feita pelo Hora Campinas em sua página no Instagram aponta que muitos visitantes assíduos deixaram de ir à Lagoa do Taquaral, mesmo na parte externa, parcialmente liberada. Eles apontaram razões de segurança para evitar o local.
As pessoas ouvidas pelo Hora também se manifestaram sobre o corte de mais de 200 árvores, medida exagerada na opinião de ambientalistas e especialistas do setor. Para os técnicos, a medida passa a ideia de que a árvore é, por si só, perigosa. Além disso, a medida, na visão deles, escancarou a falta de uma política arbórea eficaz, que pudesse agir de forma preventiva e não apenas nos momentos de crise.
A Prefeitura pondera alegando que era preciso agir para evitar eventual dano futuro e que um bosque, espécie de minifloresta, será viabilizado na Lagoa. O Parque Portugal é a principal área de lazer de Campinas.
O assunto ganhou dimensão política e aportou na Câmara Municipal, onde uma Comissão Especial de Estudos (CEE) foi criada para analisar o tema. A Comissão de Arborização Urbana, presidida pelo vereador Paulo Gaspar (NOVO), já fez várias reuniões. Seu objetivo é contribuir com o debate público e propor ideias para que a Prefeitura possa adotar em seus protocolos de trabalho. Uma CPI chegou a ser cogitada após as tragédias envolvendo a queda de árvores. Para a oposição ao governo de Dário Saadi, há incúria e negligência.
Especialistas têm sido chamados à Câmara para falar na CEE da Arborização. Suas intervenções têm sido bastante críticas.
Sobretudo à condução da Pasta responsável pela área, a Secretaria de Serviços Públicos, que engloba o Departamento de Parques e Jardins (DPJ). Neste sentido, o foco está sobre o secretário Ernesto Dimas Paulella. Nas redes sociais, foi criada a campanha #foraPaulella.
Veja abaixo a videoreportagem do Hora (por Leandro Ferreira)
Entenda
A Prefeitura de Campinas reabriu neste sábado, 4 de março, a Avenida Heitor Penteado, entre a Avenida Almeida Garret e o 4º Distrito Policial, no entorno da Lagoa do Taquaral. O trecho estava interditado desde 3 de fevereiro, por recomendação do Ministério Público, para evitar acidentes envolvendo árvores ou galhos. Durante este período, a Secretaria de Serviços Públicos fez o manejo, poda e outras intervenções necessárias de todas as árvores, especialmente os eucaliptos, próximas ao alambrado.
Com a abertura da avenida para o trânsito de veículos, pedestres e ciclistas, os 20 quiosques da área externa do parque, que estavam no trecho interditado, também estão autorizados a reabrir e voltar às atividades comerciais. Os permissionários da Lagoa do Taquaral ficaram isentos de pagar a taxa de uso do solo para a Setec, conforme parecer jurídico, durante o período em que não puderam exercer as atividades.
Operação Lagoa
Neste domingo, 5 de março, a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) retoma a “Operação Lagoa”, que é a abertura da pista interna da Avenida Dr. Heitor Penteado, no entorno da Lagoa do Taquaral e da Praça Arautos da Paz, para atividades esportivas e recreativas de pedestres e ciclistas e fechamento para o trânsito de veículos.
A “Operação Lagoa” ocorre no período das 7h às 13h, aos domingos e feriados.
A área interna da Lagoa do Taquaral permanecerá fechada por mais alguns dias. A interdição total do parque também é uma recomendação do Ministério Público e, por isso, o parque será reaberto quando todos os possíveis riscos forem sanados.