O presidente da Rússia, Vladimir Putin, estabeleceu neste final de semana novas linhas vermelhas ao Ocidente nos mares Negro, Báltico e Ártico, ao aprovar uma nova doutrina naval que é influenciada pelas mudanças geopolíticas originadas pela guerra na Ucrânia.
“Estabelecemos abertamente as fronteiras e as zonas que representam os interesses nacionais da Rússia, tanto econômicos como estratégicos. Aqueles que são vitais”, afirmou o líder russo durante uma intervenção do Dia da Marinha, em São Petersburgo.
Vladimir Putin explicou que se trata da zona ártica, das águas do mar Negro (Atlântico), de Ojotsk (Pacífico) e de Bering (Pacífico) e nos estreitos do Báltico e das Ilhas Curilas.
“Iremos garantir a nossa defesa, de forma firme e recorrendo a todos os meios”, assegurou.
O chefe de Estado russo disse ainda que a Marinha russa irá receber nos próximos meses novos mísseis de cruzeiro hipersónicos “Tsirkon”, que irão equipar a fragata “Almirante Gorshkov”.
Vladimir Putin tinha anunciado em 2018 um novo programa de rearmamento com armamento hipersónico, tendo na altura destacado que o “Tsirkon” não tem “comparação no mundo com outros “e que o alcance destes mísseis era “praticamente ilimitado”.
“A frota cumpre com sucesso e honra as missões estratégicas nas fronteiras do nosso país e em qualquer lugar do oceano. Está constantemente a ser aperfeiçoado”, sublinhou.
A cerimônia de assinatura da nova doutrina naval teve lugar na Fortaleza de São Pedro e São Paulo, em São Peterburgo, depois do presidente russo ter dado início à parada naval na antiga capital czarista e na ilha de Krostadt.
A frota russa tem desempenhado um papel ativo desde o início da invasão da Ucrânia.
Em abril a Rússia sofreu o seu maior revés, com o naufrágio, provocado pelas tropas ucranianas, do navio ‘Moskva’, na sequência do qual teriam morrido cerca de trinta marinheiros.
A Rússia lançou em fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de 5.100 civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscou.
(Agência Lusa News)