O ano de 2022 começou cinzento para boa parte do País. Um corredor de umidade mantém o tempo chuvoso em vários estados brasileiros, incluindo o Sudeste. As chuvas que levaram calamidade para a Bahia não terão o mesmo impacto no estado de São Paulo, mas as equipes dos órgãos de ações preventivas alertam para a possibilidade de desastres pontuais.
Campinas, inclusive, acabou de resgistrar uma morte na Avenida Princesa d’Oeste no dia 31 de dezembro último. A representante comercial Denise Gabiatti foi arrastada pela forte correnteza da avenida quando tentava remover seu carro, com receio de que ele seria levado pela enchente. Ela acabou sendo derrubada e ficou debaixo do seu carro, num episódio dramático e doloroso da história da cidade. Denise foi sepultada no dia de Réveillon, deixando sua família e amigos dilacerados.
Com a chuva persistente, a Defesa Civil emitiu alerta em Campinas também para o risco de deslizamentos e queda de galhos e árvores por conta do solo encharcado. Nesta terça-feira (4), até as 14h06, foram registradas quedas de 14 árvores, um galho e dois muros (sem danos significativos às estruturas). Das ocorrências, nove foram na região Leste da cidade, seguidas por cinco na região Sul e duas na região Norte. Também houve queda de galho sobre carro (sem feridos). Uma mulher também foi atingida por uma queda de árvore na região da Avenida Norte-Sul. A vítima foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros com ferimentos leves.
Os campineiros sabem que esses incidentes e acidentes têm várias razões: demora do poder público para agir em árvores ocas ou condenadas, a deterioração natural delas e as podas feitas de forma irregular, sem orientação profissional. Tudo isso foram um conjunto potencia para riscos. Quem deixa veículos sob as árvores ou estaciona perto delas pode ter seu carro avariado e sofrer ferimentos, às vezes graves e até fatais.
É bom ter muito cuidado, reforçam as equipes de socorro.
O diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado, destacou que as chuvas dos últimos dias elevam a preocupação com ocorrências relacionadas a deslizamento de terra, erosão e queda de árvores. “O risco está bastante acentuado e as pessoas devem avisar a Defesa Civil pelo 199 e o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 em situações de emergência. Também recomendamos se cadastrar pelo número 40199 para receber SMS com os alertas da Defesa Civil”, observa.
Entre esta quarta-feira (5) e o próximo sábado (8), por conta das chuvas dos próximos dias, a Defesa Civil do Estado emitiu um Aviso de Risco Meteorológico, orientando a população a ter atenção às áreas mais vulneráveis. Novas instabilidades vão provocar condições para chuvas, com momento de tempestade, seguidas por raios, ventos e granizos nas regiões de Campinas e Sorocaba.
Há previsão de precipitação acumulada de chuva (115 mm) para todo o período, além de um grande volume de água caindo em um curto espaço de tempo, o que pode causar transtornos.
Previsão do Cepagri
Boletim meteorológico do Cepagri aponta que o céu segue nublado, com chuvas, nos próximos dias. Os indicativos são de potenciais temporais, que, apesar de serem pontuais, devem ser localmente severos, podendo resultar em chuva torrencial, rajadas de vento e granizo. A partir de quinta-feira, a passagem de uma frente fria pelo oceano deverá proporcionar maior cobertura de nuvens, chuvas recorrentes temperaturas um pouco mais amenas.
Operação Verão
Com o objetivo de mobilizar diversas áreas envolvidas no socorro a situações de emergência e de desastres, Campinas realiza a Operação Verão até o dia 31 de março. Iniciada em 1º de dezembro de 2021, o trabalho é feito para lidar com ocorrências relacionadas às chuvas fortes e temporais típicos do Verão.
Entre as ações desencadeadas pela Defesa Civil durante a operação estão acompanhamento de índices pluviométricos com envio de alertas à população e aos órgãos responsáveis, vistorias em área de risco e previsão meteorológica. Também está prevista a adoção de medidas antecipadas caso sejam detectados deslizamento em áreas de risco.
O serviço também registra e divulga as ocorrências relacionadas à chuva e monitora 18 setores de risco em Campinas. São locais que foram mapeados pelo Serviço Geológico Federal e classificados como de alto risco para deslizamento e inundações.
VEJAS AS 18 ÁREAS DE RISCO EM CAMPINAS:
♦ Vale das Garças – Vila Holândia;
♦ Jardim Santa Mônica, Jardim São Marcos e Jardim Campineiro;
♦ Jardim Ipaussurama;
♦ Jardim Rossin e Jardim Florence II;
♦ Jardim Florence I;
♦ Jardim Campo Grande;
♦ Sousas (Rua Quinze de Novembro “Beco do Mokarzel”);
♦ Jardim Novo Flamboyant “Buraco do Sapo”;
♦ Jardim Novo Flamboyant;
♦ Jardim Itatiaia, Jardim São Fernando e Jardim Baronesa;
♦ Jardim Andorinhas;
♦ Jardim Tamoio (Rua Salomão Abud)
♦ Parque Oziel;
♦ Jardim Monte Cristo, Jardim do Lago I e Jardim das Bandeiras II;
♦ Jardim Irmãos Sigrist;
♦ Jardim Santo Antônio (Rua Martinica);
♦ Parque Universitário (Avenida Aglaia);
♦ Jardim Campos Elíseos