O mês de agosto terminou com recorde de queimadas contabilizadas no Estado de São Paulo, com 2.277 registros ante 1.111 verificados no mesmo mês de 2020. O total mais que dobrou, representando aumento de 104,9%. De 1º de janeiro até 7 de setembro de 2021 foram registrados 4.237 incêndios no estado, o que representa 69,1% dos 6.123 incêndios verificados nos 12 meses de 2020. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Na última quarta-feira (8), um incêndio de grandes proporções às margens da Rodovia SP-333, na região de Matão, Interior do estado, levou preocupação e medo aos motoristas que circulavam pelo local. A região é conhecida por extensas áreas de cultivo de cana de açúcar.
No último dia 29, a Polícia Ambiental de São Paulo aplicou multas que totalizaram R$ 508 mil por conta de incêndio em área de mata numa propriedade rural em Elias Fausto, na região de Campinas. De acordo com a Polícia Ambiental, o fogo consumiu grande parte de área de pastagem; uma área de plantio de cana e outra de preservação permanente, de propriedade de uma usina de cana da região. No total foram 218,4 hectares incendiados.
No final de julho, um incêndio de grandes proporções atingiu a Serra dos Cocais, em Valinhos, e consumiu 10 hectares de mata. A área equivale a 100 mil metros quadrados de vegetação.
Na última semana de agosto, um grande incêndio atingiu a mata nativa que circunda a AmBev e a unidade da Motorola, em Jaguariúna, além de pastagens das fazendas do entorno. O local é conhecido como mata da Fazenda Santa Úrsula ou Mata do Celso. No total, foram 1,5 milhão de metros quadrados desvastados, o equivalente a 200 campos de futebol aproximadamente.
Em todos esses casos, as chamas se espalharam com facilidade por conta do clima extremamente seco. Desde esta quinta-feira (9), o clima mudou no estado com a passagem de uma frente fria, trazendo chuva e amenizando a temperatura.
Avanço do fogo
De acordo com a Defesa Civil do Estado, “focos de incêndio em coberturas vegetais tem aumentado pelo território paulista, principalmente nas regiões metropolitana de São Paulo, Centro-Oeste e Noroeste do Estado. Em alguns casos, devido a intensidade e rápida propagação do fogo, faz-se necessário combate por meio de aeronaves de asa-rotativa ou de asa-fixa”, informou.
A Defesa Civil do Estado promoveu uma campanha em telejornais e rádios para intensificar a divulgação de alertas para a população, tendo em vista que a maior parte dos incêndios florestais é causado pelo homem.
Os incêndios florestais são considerados uma das maiores ameaças à biodiversidade e conservação ambiental, causando a morte de animais silvestres, prejudicando a vegetação, aumentando a poluição do ar, diminuindo a fertilidade do solo, além de apresentarem risco de acidentes de queimaduras com vítimas e afetarem a saúde da população.