Mutirões de cirurgia, abertura de leitos gerais e funcionamento pleno das salas cirúrgicas, inclusive aos sábados, estão entre as propostas da Rede Mário Gatti para tentar reduzir até o final deste ano a fila de 9,5 mil cirurgias em diversas especialidades. A espera pelo procedimentos cresceu à medida que a pandemia sobrecarregou o sistema de saúde de Campinas.
Para enfrentar uma demanda reprimida acumulada desde março do ano passado, a Rede Mário Gatti está se estruturando. “A ampliação de leitos, contratação de neurocirurgiões e anestesistas e a organização de mutirões de cirurgias serão muito importantes para enfrentar a atual fase de controle da pandemia”, disse o prefeito Dário Saadi durante live nesta sexta-feira (17).
Além de cirurgias eletivas – procedimentos não urgentes –, também há um volume grande de exames de imagens que ficou represado na pandemia. “Uma licitação será aberta em breve para a contratação do serviço e normalização do atendimento”, afirmou.
O presidente da Rede Mário Gatti, Sérgio Bisogni, informou que há 3.700 pacientes no Hospital Mário Gatti e 2.400 no Hospital Ouro Verde à espera de cirurgia. Para dar vazão a essa demanda, os 30 leitos UTI Covid do Mário Gatti foram desativados e estão sendo implantados 20 leitos de enfermaria para atender à área de ortopedia.
Também serão colocados em funcionamento oito leitos para o sistema de hospital-dia (para atender pacientes que não necessitam ficar internados após o procedimento). Ainda este mês, serão implantados mais dez leitos de enfermaria para cirurgia em geral.
Além disso, a partir do próximo mês, o Mário Gatti retoma o pleno funcionamento das sete salas cirúrgicas. Para reforçar as equipes, estão sendo contratados seis anestesistas e três neurocirurgiões. Assim, o centro cirúrgico, que atualmente funciona com cinco salas três vezes por semana, e seis duas vezes por semana, passará a trabalhar com as sete salas cirúrgicas diariamente, em dois períodos. Também funcionará aos sábados, para atendimento das diversas especialidades.
Ouro Verde
O Hospital Ouro Verde vai reativar a unidade de cirurgia ambulatorial em urologia, dermatologia e plástica. Uma das UTI Covid do Hospital Ouro Verde, que foi montada dentro da área de cirurgia ambulatorial, foi desativada para voltar ao atendimento original, com cirurgias nas especialidades de otorrino e oftalmologia.
O Ouro Verde terá também um centro reabilitação de sequelas da Covid. A previsão é que comece a funcionar em outubro, para atender pacientes com sequelas pulmonares, neurológicas, circulatórias, entre outros. Os pacientes serão encaminhados pelas unidades de saúde.
O foco será o tratamento de reabilitação com fisioterapia, fonoterapia, terapia ocupacional e psicologia. O centro terá capacidade para até três mil atendimentos mensais.