Depois de mais de um ano de ensino remoto, alunos da rede municipal do Ensino Fundamental (Emef) retornaram às aulas presenciais nesta segunda-feira (26). Apesar de autorizadas a funcionar com 35% da capacidade, as escolas receberam apenas 20,18% dos alunos esperados. O Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Campinas (STMC) informou que fiscalizou mais de 30 escolas nesta segunda-feira e constatou irregularidades. O relatório dos problemas será apresentado nesta terça (27) ao Ministério Público do Trabalho (MPT) da 15º Região e também à Prefeitura de Campinas.
Durante esta fase de transição do Plano São Paulo, a capacidade permitida nas escolas é de até 35% em forma de rodízio, ou seja, cada turma poderia receber até 6.504 dos 19.514 alunos da rede municipal de Ensino Fundamental. Estiveram presentes nesta segunda-feira (26) 1.313 estudantes. O secretário de Educação, José Tadeu Jorge, achou que a frequência está dentro do previsto. “Considero esse número muito bom para o primeiro dia de aula presencial. Acredito que a frequência deva aumentar com o passar dos dias”, diss. As regiões Noroeste e Sudoeste são as que mais receberam alunos. Juntas elas somaram 754 estudantes.
A presença nas escolas é facultativa e cabe aos pais e responsáveis decidirem se os filhos retornam presencialmente ou seguem acompanhando as aulas por meio da plataforma digital.
Entre os problemas encontrados pelos diretores do STMC nas vistorias desta segunda (26) estão máscaras de má qualidade, que estão longe de atender às necessidades dos trabalhadores, e também o retorno forçado de servidores e servidoras do grupo de risco e comorbidades, como grávidas. O STMC também vai denunciar a prática antissindical. Foram registrados casos nos quais os diretores das escolas não queriam permitir a entrada dos dirigentes sindicais para a fiscalização.
Polêmica
A polêmica acompanha o retorno dos estudantes. A Secretaria Municipal de Educação considera o que a volta é essencial para evitar mais perdas de desenvolvimento. Por outro lado, o Sindicato dos Servidores Públicos, considera o retorno um risco à saúde de estudantes, professores e funcionários e ingressou com uma ação na Justiça na tentativa de evitar o retorno presencial. A entidade promete fiscalizar e garante que vai paralisar as atividades caso identifique alguma irregularidade ou desrespeito aos protocolos sanitários.
Ajustes
A rede municipal em Campinas conta com 45 Emefs, mas quatro delas estão nos ajustes finais para atender às medidas sanitárias apontadas pelo Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa).
Nesta segunda-feira (26), o Devisa autorizou o funcionamento da Emef Clotilde Barraquet Von Zuben, no Jardim Florence. Os alunos retomam as atividades presenciais na quarta-feira, 28 de abril. A unidade atende a 533 alunos.
A previsão é de que as outras três unidades possam iniciar as atividades nos próximos dias: Leonor Savi Chaib (Jardim Nova York), Sérgio Rossini e Paulo Freire (ambas no Centro). Juntas, elas atendem a 742 estudantes matriculados e têm a previsão de iniciar as atividades somente em 10 dias.
Cronograma
O cronograma da rede municipal prevê, neste primeiro momento, um retorno híbrido, com aulas presenciais, mas também por meio da plataforma digital. Os alunos da Educação Integral e do Ensino Fundamental terão aulas presenciais todos os dias. As turmas serão divididas em dois períodos: metade frequenta a escola pela manhã e o restante à tarde. O retorno presencial é facultativo.