Para revitalizar com espécies nativas uma área de três hectares na Lagoa do Taquaral, a Prefeitura de Campinas, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) apresentaram nesta segunda-feira (5) um plano de reflorestamento do espaço de onde foram extraídas 181 árvores. Duas propostas de trabalho relacionadas ao manejo de árvores na Lagoa do Taquaral e no Bosque dos Jequitibás serão implementadas pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos. A retirada dos eucaliptos ocorreu após a morte de uma menina de 7 anos no final de janeiro.
Uma das propostas é o reflorestamento da área de onde foram extraídos os eucaliptos, na Lagoa do Taquaral. Foi feita pelo IPA, ligado à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística e apresentada pelo diretor do IPA, Marco Aurélio Nalon. A outra é o Plano diretor Florestal da Lagoa do Taquaral e do Bosque dos Jequitibás, da Esalq/USP, exposta pelo professor do Departamento de Ciências Florestais da Esalq, Demóstenes Ferreira da Silva Filho.
A duração de todo o processo, segundo Marco Aurélio Nalon, representante do departamento técnico-científico do IPA, é de três anos. Os próximos seis meses serão dedicados ao planejamento do modelo de plantio e das espécies adequadas à área. Também inclui a venda da madeira retirada da Lagoa do Taquaral e a destinação do dinheiro arrecadado com a comercialização ao projeto de reflorestamento.
O plano envolve ainda o acompanhamento do desenvolvimento das novas espécies plantadas, estudos sobre o solo e ações educativas junto à comunidade. A escolha dos exemplares para plantio levará em conta o baixo risco de queda e a melhor adequação ao solo e ao clima.
“Por meio desta parceria, vamos recompor a área de 3 hectares. A recuperação da área será com espécies nativas, este é o centro da proposta. Vamos trabalhar com cuidado, pensar nas espécies que serão plantadas, na segurança. A área recebe muitos visitantes e isso deve ser levado em consideração.”, explicou o diretor do IPA, Marco Nalon.
O professor da Esalq, Demóstenes Ferreira da Silva Filho, vai desenvolver o Plano Diretor Florestal, a ser implementado, em princípio, na Lagoa do Taquaral e no Bosque dos Jequitibás. Ele destacou a importância de fazer mapeamento e análise de riscos no manejo arbóreo, especialmente em áreas como parques, que são espaços utilizados pelas pessoas. O objetivo é a estruturação de um plano de manejo arbóreo.
“Fomos convidados a fazer este trabalho. É uma honra. Vamos fazer mapeamento, inventário e monitoramento das árvores desses parques e planejar como proceder diante de eventos extremos”, disse o professor Demóstenes.
Morte
A queda de um eucalipto, no dia 24 de janeiro, que causou a morte da menina Isabela Firmino Tiburcio, de 7 anos, desencadeou o fechamento da Lagoa do Taquaral e de todos os outros parques municipais. A Lagoa do Taquaral foi reaberta dois meses depois e ainda hoje, algumas das áreas de lazer continuam fechadas, como é o caso do Bosque dos Jequitibás.
A Prefeitura de Campinas aguarda a autorização do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), órgão estadual, para fazer o manejo das árvores e então reabrir o Bosque. O parecer do conselho, no entanto, sairá apenas após 30 de junho.