Apesar de ter atingido um acumulado expressivo de 42,20mm na últimas 72 horas, as chuvas não foram suficientes para recuperar o nível dos mananciais e a cidade de Valinhos, na região metrpolitana de Campinas, vai continuar o rodízio no fornecimento de água.
Segundo informe do Dave (Departamento de Água e Esgosto de Valinhos) os reservatórios continuam operando com níveis bem abaixo do desejado e percentuais reservação são insuficientes para ao abastecimento pleno do município. As represas municipais equivalem a 38,7% da água que é distribuída na cidade.
A barragem Moinho Velho, que estava com apenas 2% na última quinta-feira (14), conseguiu aumentar a capacidade de operação para 8% na manhã desta terça-feira (19).
Na João Antunes dos Santos a reservação que estava em 0% no dia 14 está agora com 7%.
A Santana do Cuiabano, que é reserva técnica das Figueiras e operava na última semana com 43%, está agora com 45% de sua capacidade total.
“Mesmo com um pequeno aumento do índice de reservação de uma semana para a outra, todos precisam continuar a economizar água em todas as atividades diárias. Que o recurso tratado seja utilizado para o que realmente é necessário”, falou a prefeita de Valinhos, Capitã Lucimara.
A Barragem das Figueiras – que na última semana estava somente com 5% de sua capacidade total – passou a operar nesta terça-feira (19) com 10% de sua capacidade.
“Na lagoa do CLT, que é o ponto de captação desta barragem, tivemos tímida recuperação de 40cm de nível de operação. Hoje chegamos aos 1,13m de nível no local de captação, sendo que o desejável era que fosse por volta de 2,70m. Contudo, os demais lagos que integram o complexo continuam com níveis bem preocupantes. Desta forma, o Programa de Racionamento de Água seguirá em sua versão intensificada na cidade”, explicou o presidente da autarquia, Ivair Nunes Pereira.
Acompanhando a situação de abastecimento de Valinhos, o Departamento de Operação ainda informou que diante do período de estiagem o solo fica seco e permeável, ocasionando o chamado ‘efeito esponja’.
“Assim, quando chove, a água tem que infiltrar nas primeiras camadas do solo, retardando a recuperação dos mananciais. Para que haja aumento de nível, a água precisa infiltrar o solo antes que o barramento consiga recuperar sua capacidade de reservação”, explica o diretor de Operação, Caio Ceccherini.
“Por isso, esperamos que essa chuva tenha cumprido esse papel e que as próximas passem a nos ajudar a aumentar a capacidade hídrica em nossos mananciais internos”, concluiu.
Outras captações
Valinhos segue captando água do Rio Atibaia, com vazão de 15,34m³/s identificada na manhã de hoje (19), às 7 horas da manhã no ponto de captação da cidade (PS7).
O volume está 3,37% acima esperado para outubro, que tem a vazão média histórica de 14,84m³/s. Já o Sistema Cantareira – de onde o Rio Atibaia recebe a água – está nesta com apenas 28,2% do volume útil.
Em relação ao volume pluviométrico identificado no PS7, o acumulado neste mês está em 92,60mm, representando 110,1% da média esperada para esse período do ano.
“Mesmo assim é muito cedo para indicar que o percentual acima da média para o mês, e após nove meses consecutivos de baixos índices, muda efetivamente o cenário de crise hídrica que estamos vivendo. Ainda precisamos de muita chuva”, reforçou o titular da autarquia.