O Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos (DAEV) informa nesta sexta-feira, 24 de agosto de 2021, o nível crítico identificado em suas barragens municipais. A João Antunes dos Santos, que há semanas estava operando com 5% de sua capacidade total, chegou ao 0% de operação nesta semana.
Nas barragens das Figueiras e na Moinho Velho a triste situação também se reflete nos percentuais de reservação, que estão somente em 5% e 2%, respectivamente, da capacidade total. A Santana dos Cuiabanos está em 43%.
Cidade suspende captação em três pontos e perde 38,7% de sua capacidade de fornecimento de água
Os baixos níveis das represas municipais levaram a autarquia municipal a ter que suspender a captação de água das barragens Moinho Velho, das Figueiras e João Antunes durante essa semana, justamente por não haver mais condições para a retirada do recurso bruto.
“E isso quer dizer que a cidade perdeu 38,7% de sua capacidade de fornecimento de água. Contamos agora com apenas 61,3% de nossa disponibilidade hídrica de captação para atender toda a população de Valinhos”, falou a prefeita de Valinhos, Capitã Lucimara.
E são essas represas internas que abastecem a Estação de Tratamento de Água (ETA) 1, que fica no Vila Embaré.
Sem recarga suficiente – sobretudo em virtude do baixíssimo volume de chuvas na cidade – a captação seguirá suspensa nos barramentos, com análise diária de recuperação de nível e estudo de possibilidade de retomada se houver condições.
“Somente se for realmente possível fazer a captação nas barragens é que o DAEV voltará a operá-las de forma reduzida e alternada. Mas enquanto que não houver chuvas significativas ou recargas substanciais dos mananciais, contamos com apenas 61,3% de água outorgada para atender a cidade”, explicou o titular da autarquia municipal, Ivair Nunes Pereira.
O Rio Atibaia é responsável por 50,6% da distribuição de água na cidade. Lá, a vazão identificada às 7 horas da manhã desta sexta-feira (24), no ponto de captação (PS7), foi de 8,73m³/s, ou seja, 29,78% abaixo do esperado para setembro, que é de 12,42m³/s.
Já os sistemas isolados (poços) são responsáveis por 10,9% da distribuição do recurso à cidade e estão operando dentro do que é outorgado.
Situações pós-rodízio
Em virtude da suspensão de operação das represas municipais pela indisponibilidade hídrica, o DAEV alerta que há intercorrências que são ocasionadas no pós-rodízio e que passam a ser vivenciadas pelos moradores.
Entre elas estão o consumo reprimido da área que saiu do rodízio, somado à indisponibilidade das captações, que não permite ter recurso suficiente para aumentar a pressão de água e para suprir a demanda do período.
“Estamos num cenário de guerra, no qual temos que trabalhar com o volume de água que temos”
“Estamos num cenário de guerra, no qual temos que trabalhar com o volume de água que temos disponível para oferecer à população. Assim, temos que fazer com que os 61,3% do que temos disponível atualmente em água consiga atender aos moradores de todas as áreas da cidade”, disse Pereira.
Alternativas regionais
A prefeita de Valinhos, Capitã Lucimara iniciou articulação com os prefeitos da região para que seja possível criar alternativas regionais.
“E faremos de forma a estender as ações e compreender que todos somos cidadãos metropolitanos e que a crise não delimita fronteiras. É preciso pensar regionalmente, pois esta estiagem severa é realidade não apenas para Valinhos, mas para todo a região que a cidade está inserida”, complementou.