A revitalização da Avenida Campos Sales, no Centro de Campinas, deverá começar em agosto, pelo trecho compreendido entre a Rua José Paulino e a Avenida Francisco Glicério. O coordenador de projetos da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Marcelo José de Oliveira, explicou que o cronograma das obras prevê o período de dois meses para a conclusão de cada trecho, até a execução total do trabalho, no prazo estimado de um ano:
As obras de requalificação da avenida Campos Sales serão realizadas em nove etapas, com paralisação nas datas importantes para o comércio, como o Natal, a fim de promover o menor impacto negativo possível aos negócios instalados no local e nas vias adjacentes.
A divulgação aconteceu na última semana, durante reunião na Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), pelo diretor-presidente da Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas), Vinicius Riverete.
Entre os dias 8 de dezembro deste ano e 1º de janeiro de 2023, as obras serão paralisadas em decorrência do aumento no fluxo de pessoas na região central por conta das vendas de Natal.
O segundo trecho que será revitalizado está compreendida entre as ruas José Paulino e Ernesto Khulmann. As obraras ocorrerão em setembro e outubro deste ano. Em outubro e novembro, o trabalho estará concentrado entre as ruas Ernesto Khulmann e Álvares Machado. Para janeiro e fevereiro de 2023, estão previstas obras na etapa entre a Rua Álvares Machado e a Avenida Senador Saraiva.
Na sequência, a revitalização se concentrará entre a Avenida Senador Saraiva e a Rua Visconde do Rio Branco (fevereiro e março de 2023); Rua Visconde do Rio Branco e Rua Saldanha Marinho (março e abril de 2023); Rua Saldanha Marinho e Rua 11 de agosto (maio e junho de 2023); Rua 11 de agosto e Avenida Andrade Neves (junho e julho de 2023); Avenida Andrade Neves e Avenida Lidgerwood (julho e agosto de 2023).
Acic
O primeiro vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), Guilherme Campos Júnior, ressaltou a importância de iniciativas que promovam a melhoria da região central.
“A realização das obras por trechos e fora dos períodos de pico para o comércio são pontos positivos. Hoje, foi apenas o primeiro passo, e importante para saber quem é o responsável pela execução do projeto e para que os lojistas possam se planejar de acordo com o cronograma das obras. Novas reuniões entre os envolvidos – Emdec, Setec, CPFL, Sanasa e Comgás, por exemplo – precisarão acontecer porque as pessoas que habitam o local e vivenciam o dia a dia da Campos Sales devem estar envolvidas nas conversas. Essas pessoas, instaladas há 40, 50 anos no Centro, têm muito a contribuir”, enfatizou Guilherme Campos Júnior.
O projeto
O projeto, assinado pela arquiteta e urbanista Maria Rita Amoroso, tem o pedestre como ponto central. O objetivo é atrair pessoas para o Centro. Dessa forma, todo o mobiliário foi pensado para transformar a via em um local onde os passantes possam, por exemplo, sentar-se para tomar um sorvete. A calçada deve ser ampliada em cerca de 50% e serão instalados elevados para garantir a mobilidade e a acessibilidade.
Estão previstos, ainda, um novo projeto de iluminação para a melhoria da segurança, instalação de bancos e lixeiras, jardins de chuva para melhor drenagem e projeto paisagístico assinado pelo paisagista Eduardo Pagotto. Toda a fiação será enterrada e as bancas serão padronizadas.
As demandas do comércio
A questão das bancas foi levantada por lojistas e, também, por Sanae Murayama Saito e por Guilherme Campos Júnior, porque existe a preocupação com um eventual aumento no número de permissionários no decorrer da obra, o que foi rebatido por Vinicius Rivarete. Segundo ele, não haverá alteração, nem para mais e nem para menos. Todos serão mantidos, desde que adotem o padrão. “A nossa preocupação é com o desgaste da área devido à ocupação desenfreada, sem normas ou padronização”, afirmou Guilherme Campos.
Outro ponto que gerou preocupação entre os mais de 80 comerciantes presentes foi em relação às adequações das fachadas e das instalações elétricas, entre outras, nos estabelecimentos, seguindo o cronograma das obras. Para auxiliar os lojistas, a Acic fará a “ponte” entre eles e uma empresa especializada em instalações elétricas, como já ocorreu quando da revitalização da Avenida Francisco Glicério.
Um dos temas mais recorrentes entre os participantes da reunião foi em relação a outras ações do poder municipal para beneficiar o Centro e os empreendedores, que há quase três anos enfrentam a crise gerada pela pandemia.
Adriana Flosi, Secretária de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação de Campinas e presidente da Acic, destacou o projeto que organiza a doação de refeição para as pessoas em situação de rua (Vem com a Gente) e o projeto Recomeça, que beneficia micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais.
Ela comentou que há um olhar do prefeito Dário Saadi para a região, com lei específica para o trecho entre Avenida Moraes Sales, Avenida Anchieta e Rua Barreto Leme até a Estação Cultura. Além disso, Adriana levará ao prefeito Dário e ao secretário de Finanças, Aurilio Sérgio Costa Caiado, a solicitação dos empresários para a isenção ou adiamento do pagamento de IPTU no período das obras em frente aos seus estabelecimentos.
Sobre o Centro de Campinas
A região central concentra 35% do total de estabelecimentos de varejo de Campinas. Em 2019, eram 2.620 comércios. Em 2020, 2.385 e, em 2021, 2.355 instalados no Centro expandido (compreendendo o quadrilátero da rótula formada pela estação ferroviária, nova rodoviária, Rua 13 de Maio, Av. Anchieta, Av. Orosimbo Maia e Av. Andrade Neves. A Avenida Campos Sales concentra cerca de 90 estabelecimentos comerciais.
Pelo Centro passam, em média, 300 mil pessoas por dia. Com a ampliação do horário, em dezembro, o fluxo de pessoas aumenta entre 10% e 11% por dia. Nos dois anos da pandemia, as perdas do comércio e dos serviços de Campinas chegaram a R$ 2,6 bilhões, de acordo com levantamento feito pelo Departamento de Economia da Acic.