Nos primeiros 50 dias de 2024, Campinas registrou 4.518 confirmações de dengue. Quase 41% desse total (1.314 casos) ocorreram no período compreendido entre o último dia 16 e esta segunda-feira (19). A explosão de casos em poucos dias foi atribuída pela Prefeitura de Campinas ao represamento de notificações em razão do carnaval. Porém, a progressão da epidemia é real. Para efeito de comparação, em todo mês de janeiro de 2023, o município somou apenas 36 notificações de dengue. Em janeiro de 2024 foram 1.202.
Não há óbitos pela doença no município, mas o número de notificações só aumenta. No ano de 2022, foram confirmados 11.277casos de dengue. No ano passado, esse número subiu para 11.476. Em 2021, ainda sob os efeitos da pandemia, foram apenas 2.357 casos. O recorde de ocorrências no município pertence ao ano de 2015, com 65.754 casos.
A série de mutirões contra o mosquito transmissor da doença tem mais uma edição no próximo sábado (24). Agentes de saúde irão percorrer imóveis dos bairros Vila Vitória, Mauro Marcondes, Vida Nova I, Vida Nova II e Parque Aeroporto, os ocais com maior número de ocorrências, das 8h às 12h.
Os locais foram selecionados por causa do número de casos confirmados ou suspeitos de dengue nos últimos catorze dias e o objetivo é mobilizar a população para mais cuidados, especialmente com os resíduos: jogar lixo nos locais corretos, destinar ao ecoponto e não utilizar terrenos baldios são tarefas importantes para evitar criadouros e reduzir casos.
O ponto de encontro das equipes será o Centro de Educação Infantil (CEI) Regina Bittencourt Alves. Ele fica na rua Plínio de Moraes, 117, no Vida Nova.
O mutirão neste sábado deve reunir pelo menos 100 agentes da Saúde, incluindo trabalhadores da empresa Impacto Controle de Pragas, que atuam nas visitas aos imóveis para orientação e eliminação de criadouros. Eles usam uniforme formado por camiseta branca, com logo da empresa, e calça na cor cinza. O pedido é para que a população colabore nos trabalhos e, em caso de dúvidas, acione a Defesa Civil pelo telefone 199.
A Administração repetirá a estratégia de usar drones para localizar grandes criadouros do mosquito Aedes aegypti como piscinas e caixas d’água em imóveis identificados como desocupados ou em situação de abandono. Com isso, chaveiros podem ser acionados e esta medida está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo judicial n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.
Veja os números de casos de dengue em Campinas por ordem decrescente:
2015: 65.754 casos
2014: 42.405
2019: 26.341
2023: 11.487
2007: 11.442
2022: 11.277
2013: 7.030
2024: 4.518 (até 19 de fevereiro)
2020: 3.949
2016: 3.280
2011: 3.178
2010: 2.647
2021: 2.357
2002: 1.464
1998: 1.397
2012: 1.011
2006: 742
2001: 728
2003: 423
2018: 318
2008: 306
2009: 300
2017: 170
2005: 119