O setor de alimentação fora do lar figura entre os principais criadores de empregos no Brasil. No ano passado foram abertos mais de 115 mil novos postos de trabalho no país, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Novo Caged. Somente na Região Metropolitana de Campinas (RMC), bares, restaurantes e similares criaram 3.741 novos empregos com carteira assinada no ano passado.
Matheus Mason, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) Regional Campinas, vê como positivo o número de novos empregos registrado ao longo de 2022. “Vem reforçar a importância do setor de alimentação fora do lar para a economia e na geração de vagas, desde o profissional capacitado até aqueles que buscam pelo primeiro emprego.”
“O setor de alimentação fora do lar ficou entre as atividades que mais abriram vagas novas no país no ano passado. E também entre as primeiras que tiveram saldo positivo, com variação relativa de 9,96%, bem acima da média no país, que foi de 5,01%”, acrescenta.
Para se ter uma ideia da importância do setor, ele lembra que os dados do IBGE mostram que o segmento terminou o ano passado com um estoque de 35.504 empregos nos 20 municípios que integram a Região Metropolitana de Campinas.
As profissões que tiveram mais contratações no país no setor no ano passado foram atendente de lanchonete (45.193) e cozinheiro geral (36.828). Segundo o presidente nacional da Abrasel Paulo Solmucci, a maioria das vagas criadas no setor é o chamado primeiro emprego, que dá chance a jovens de entrar no mercado de trabalho e crescer – e muitos acabam também abrindo depois o próprio negócio.
Números
De acordo com a mais recente pesquisa da Abrasel, que ouviu 1748 empreendedores em todo o país, o faturamento do setor de bares e restaurantes registrou crescimento em 2022. Quase dois terços das empresas (59%) apresentaram aumento em relação a dezembro de 2021, enquanto 20% tiveram desempenho inferior e 15% ficaram estáveis.
No entanto, 19% das empresas continuam trabalhando com prejuízo, o que se deve a dívidas, custo de folha e inflação (outras 47% tiveram lucro e 34% ficaram em equilíbrio, todos números estáveis em relação à última pesquisa, em outubro de 2022).
A pesquisa também apontou que 44% dos empresários afirmam ter tido um faturamento maior do que a inflação em 2022. Já 66% esperam um aumento do faturamento em 2023 acima da projeção de inflação de 5,36%. Quanto ao reajuste de preços, 40% dos entrevistados estão ajustando conforme a média da inflação, enquanto 27% fizeram ajustes abaixo do índice.