Os gravadores de vozes e dados técnicos, como a velocidade em que a aeronave voava no momento em que os pilotos perderam o controle, já estão sendo analisados por técnicos da Força Aérea Brasileira. As caixas-pretas do voo 2283 da Voepass, que saiu de Cascavel (PR) na sexta-feira (9), com destino a Guarulhos, e acabou caindo em Vinhedo, foram enviados neste sábado (10) a Brasília pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). A maior tragédia aérea do Brasil desde 2007 causou a morte de 62 pessoas.
“Iniciamos primeiro a tentativa de degravação dos registros de voz e, na sequência, dos de dados”, comentou o brigadeiro Marcelo Moreno que, ontem, já tinha explicado que recuperar os registros das conversas entre piloto e co-piloto e dados técnicos do voo são fundamentais para que os investigadores consigam entender a ocorrência e, assim, tentar evitar acidentes semelhantes.
As caixas-pretas serão essenciais para desvendar os motivos pelo qual o ATR 72-500 despencou 4.000 metros de altitude em apenas um minuto. A caixa-preta armazena os últimos registros de dados e voz da tripulação a bordo, além de informações da aeronave como velocidade, aceleração, condições climáticas, altitude e ajustes de potência.
Famílias
Ao longo deste sábado, 17 famílias de vítimas do acidente com a aeronave da Voepass Linhas Aéreas foram acolhidas no auditório do Instituto Oscar Freire, próximo à unidade central do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo. O atendimento foi realizado até as 17h deste sábado (10) e será retomado no domingo (11), a partir das 9h, por equipes da Defesa Civil Estadual e do IML. No instituto, os trabalhos seguem de forma ininterrupta para o reconhecimento das vítimas.
Os familiares foram orientados sobre a entrega de documentações médicas que possam auxiliar na identificação dos corpos, além da coleta de materiais biológicos para a realização de exames genéticos, quando necessário.