Nos últimos cinco anos, os campineiros se acostumaram a ver o Palácio da Justiça, no Centro da cidade, envolto em andaimes e telas de proteção, resultado de uma longa reforma de fachada iniciada ainda em 2020. Nesta terça-feira (24), a Prefeitura de Campinas anunciou que terá início na próxima semana o processo de desmontagem da tela e dos andaimes. É o início da transformação do futuro Palácio da Cidade.
A reforma do imponente prédio começou em 2020 e deveria terminar no mesmo ano. O objetivo era conter os materiais da fachada do edifício, que apresentavam risco de queda. Na sequência, deveria ter início o restauro completo da fachada, que nunca ocorreu.
A prefeitura informou que o processo de retirada de telas e andaimes deve levar de 30 a 60 dias. Ao longo dos últimos três meses, foi executada a recuperação de todo o telhado e da fachada, que apresentava trincas e rachaduras. A previsão é de que o atendimento ao público comece no primeiro semestre de 2026.
Além do que já foi feito, a Prefeitura de Campinas, por meio da Fumec, irá iniciar na próxima semana uma reforma completa no sistema hidráulico e elétrico do prédio. A necessidade surgiu a partir de uma revisão no projeto original.
A expectativa é que 30 mil pessoas sejam atendidas por mês no Palácio da Cidade. A ação também vai gerar economia de R$ 2 milhões por ano para a Prefeitura de Campinas com a saída de prédios alugados.
Nos seis pavimentos do Palácio da Cidade serão instalados mais de 60 serviços de diversas áreas da Prefeitura e de outros órgãos. Entre eles Sanasa, Emdec, CPFL, Junta Militar, CPAT, Casa do Empreendedor, Secretaria de Trabalho e Renda, o Ceprocamp do Centro, o programa Concilia Campinas, o Juizado da PUC Campinas, o Departamento de Ensino, Pesquisa e Saúde Digital (Deps), a EGDS (Escola de Governo e Desenvolvimento do Servidor) e parte do Departamento de Promoção à Saúde do Servidor (DPS).
Haverá ainda postos de atendimento do Procon, da Vigilância Sanitária, do Cadastro Único, do 156/Protocolo, do Juventude Conectada e de serviços da Setec e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação (orientações sobre o Incra e o Via Rápida Empresa).
Inicialmente, o prédio abrigaria a Câmara Municipal de Campinas, mas, por questões jurídicas e técnicas, houve uma mudança de finalidade na transferência do prédio do estado para o município. Por se tratar de um prédio tombado pelo Condepacc, as intervenções necessárias vão respeitar as características originais do prédio.
Inaugurado em 1942, na Era Vargas, o Palácio da Justiça possui estilo art déco. Erguido em frente à Praça Guilherme de Almeida, o edifício tem relação direta com o Plano de Melhoramentos Urbanos que havia sido projetado por Prestes Maia.
O imóvel foi tombado em 2010 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) por sua importância histórica, cultural e arquitetônica.
Nosso Centro
O novo uso para o Palácio de Justiça integra o conjunto de ações do programa Nosso Centro, criado para revitalizar a área central e promover a reocupação de imóveis abandonados. Entre as iniciativas está a Lei do Retrofit (que oferece incentivos para a reforma e construção de imóveis), o Procentro (que reduz o ISS para atividades comerciais) e a reurbanização de vias, como a Campos Salles e a José Paulino.