Diminuição da ansiedade, sentimentos de bem-estar e pertencimento social. Esses são alguns dos efeitos positivos que as redes sociais podem produzir na população da terceira idade, parcela da sociedade cujos problemas de saúde passam a ser uma preocupação frequente. E os benefícios vão além: o acesso a essa interação por meio da tecnologia também contribui diretamente na prevenção de doenças degenerativas do sistema nervoso, como o Alzheimer, gerando efeitos cardioprotetores.
A constatação é feita pelo psicanalista e docente do curso de Psicologia da UniMetrocamp Wyden, de Campinas, Vitor Araújo. “O compartilhamento de experiências da rotina com familiares ou amigos por meio das redes sociais é uma prática que não deve ser subestimada”, orienta. “Ela produz muitos efeitos psicológicos positivos, principalmente à população idosa”, garante o psicanalista.
O especialista ressalta que o uso da tecnologia no sentido de promover a interação das pessoas precisa ser encorajado entre a população idosa, que normalmente apresenta graus de dificuldade na utilização dessas ferramentas, hoje vistas como essenciais no dia a dia das pessoas. “Não é possível que a população idosa fique alheia à utilização das redes, sob pena de experimentar sentimentos de isolamento”, alerta.
Por outro lado, o docente lembra que o uso das redes sociais precisa ser moderado. “O exagero gera na pessoa dependência”, justifica. “Nesse caso, o bem-estar passa a estar vinculado exclusivamente à repercussão das postagens do usuário ao número de likes.”
Araújo ressalta ainda que o uso excessivo de smartphones pode gerar o sedentarismo, que é prejudicial para todas as pessoas, mas sobretudo àquelas de idade mais avançada. “Por mais que a cultura de inclusão digital tenha sido implantada, é preciso que ela seja feita com base nas necessidades da população que usufrui das atividades de incorporação nas redes sociais. A dosagem aqui é fundamental. Desde que haja comedimento, as redes sociais podem ser ferramentas muito positivas e podem trazer qualidade de vida”, conclui.