Pelo menos 36.187 pessoas morreram e outras 108 mil ficaram feridas na Turquia após os dois fortes sismos que atingiram o país em 6 de fevereiro, declarou nesta quinta-feira a agência de gestão de emergências e desastres da Turquia (AFAD).
Os sismos provocaram a queda de milhares de edifícios – sob os quais dezenas de milhares de corpos ainda podem estar soterrados, alertaram vários especialistas turcos e internacionais – e outras 50 mil edificações foram gravemente danificadas e terão de ser demolidas.
Até o momento, cerca de 5 mil pessoas morreram na Síria.
Uma jovem de 17 anos foi resgatada com vida depois de passar 248 horas presa nos escombros de um prédio na província de Kahramanmaras, onde foi registado o epicentro do primeiro terramoto.
A região afetada pelos sismos, de magnitude 7,8 e 7,5, estende-se por mais de 100 mil quilómetros quadrados e abriga cerca de 14 milhões de pessoas.
Segundo a AFAD, mais de 216 mil pessoas foram retiradas das províncias mais afetadas pelos terremotos.
Coskun Aral, jornalista e fotógrafo de guerra que esteve na zona do desastre, garantiu à agência de notícias EFE que existem dezenas de milhares de cadáveres sob os escombros e que alguns permanecerão ali por muito tempo.
“Estive em muitas zonas de guerra e desastres, mas nunca vi nada parecido com isso”, declarou Coskun, alertando ainda que surtos de cólera podem acontecer se uma ação forte não for tomada agora.
“Já existe sarna, as pessoas não se conseguem lavar desde o primeiro dia”, afirmou o jornalista.
Deniz Yavuzyilmaz, deputado do principal partido da oposição social-democrata CHP, assegurou que existe o risco de uma epidemia porque os cadáveres que permanecem nos escombros estão a começar a decompor-se e que os membros das equipes de resgate que removem os corpos não se podem lavar ou trocar de roupa.
Alpay Azap, especialista em doenças infecciosas, indicou que ainda não há epidemia na área, mas existe o risco, e que é importante que os corpos que ainda estão nos escombros sejam enterrados adequadamente.
Azap também mencionou o risco de transmissão para humanos de doenças de animais que morreram no terremoto, além de diarreia devido a problemas no abastecimento de água potável.
No dia 6 de fevereiro, a Turquia e a Síria foram atingidas por um terremoto de magnitude 7,8 na escala de Richter – com epicentro em território turco -, a que se seguiram várias réplicas, uma das quais de magnitude 7,5.
(Agência Lusa News)