“Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo” foi o grande vencedor do Oscar ao levar sete estatuetas que incluíram Melhor Filme, Melhor Realização, Melhor Atriz Principal, Melhor Atriz Secundária e Melhor Ator Secundário.
Foi o filme mais premiado desde “Quem Quer Ser Bilionário”, em 2008, e consagrou Michelle Yeoh como a primeira asiática a ganhar o Oscar de Melhor Atriz Principal. “Este é um momento histórico”, afirmou Michelle Yeoh na sala de entrevistas, após a vitória, dizendo que “quebrou o teto de vidro” com um movimento de Kung-Fu.
A 95ª cerimônia dos prémios da Academia decorreu na noite deste domingo (12), no Dolby Theatre, em Los Angeles.
“Isto é para todos os que foram identificados como minorias”, considerou a atriz. “Nós merecemos ser ouvidos, merecemos ser vistos e ter oportunidades iguais, para podermos ter um lugar à mesa”, continuou. “Deixem-nos provar que nós valemos a pena”. Yeoh venceu contra ‘pesos-pesados’ como Cate Blanchett (“Tár”) e Michelle Williams (“Os Fabelmans”).
Yeoh, de 60 anos, também mandou um recado aos que têm preconceitos contra as mulheres após uma certa idade. “Não deixem que te ponham dentro de uma caixa, que digam que já não estão no auge”, afirmou.
A importância da representação e reconhecimento de atores asiáticos também foi abordada por Ke Huy Quan, que venceu um Oscar depois de andar afastado da indústria durante décadas por falta de oportunidades.
“Quando comecei a representar em criança, lembro-me de o meu agente me dizer que seria mais fácil se eu tivesse um nome que soasse americano”, disse Ke Huy Quan. Foi por isso que na fase inicial da carreira o seu nome aparecia como Jonathan Ke Quan. “Quando decidi voltar à representação há três anos, a primeira coisa que quis fazer foi regressar ao meu nome de nascimento”, explicou.
A Academia premiou o trabalho de uma forma que já não fazia há muito. São raras noites de consagração para um só filme, com poucas exceções, que incluem “Ben-Hur” em 1959, “Titanic” em 1998 e “O Senhor dos Anéis: O regresso do rei” em 2004, com 11 estatuetas cada.
A história de “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo” oscila entre o absurdo e o fantástico, centrando-se numa imigrante chinesa de meia-idade (“Evelyn Wang”) que se vê atirada para uma aventura em múltiplos universos e linhas temporais.
Veja a lista dos vencedores:
Melhor Filme
“Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo”
Melhor Direção
Daniel Kwan e Daniel Scheinert (The Daniels) – “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo”
Melhor Ator
Brendan Fraser – “A Baleia”
Melhor Atriz
Michelle Yeoh – “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo”
Melhor Ator Coadjuvante
Ke Huy Quan – “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo”
Melhor Atriz Coadjuvante
Jamie Lee Curtis – “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo”
Melhor Roteiro Original
“Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo”
Melhor Roteiro Adaptado
“A Voz das Mulheres”
Melhor Filme Internacional
“A Oeste Nada de Novo”, de Edward Berger
Melhor Longa-Metragem de Animação
“Pinóquio de Guillermo del Toro”
Melhor Curta-Metragem de Animação
“The Boy, the Mole, the Fox, and the Horse”, de Peter Baynton e Charlie Mackesy
Melhor Documentário
“Navalny”, de Daniel Roher
Melhor Curta-Metragem Documental
“The Elephant Whisperers”, de Kartiki Gonsalves
Melhor Curta-Metragem
“An Irish Goodbye”, de Tom Berkeley e Ross White
Melhor Fotografia
“A Oeste Nada de Novo”
Melhores Efeitos Especiais
“Avatar: O Caminho da Água”
Melhor Figurino
“Black Panther: Wakanda Para Sempre”
Melhor Caracterização
“A Baleia”
Melhor Canção Original
“Naatu Naatu” – “RRR”, de M.M. Keeravaani e Chandrabose
Melhor Banda Sonora Original
“A Oeste Nada de Novo”, de Volker Bertelmann
Melhor Cenografia / Direção Artística
“A Oeste Nada de Novo”
Melhor Montagem
“Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo”
Melhor Som
“Top Gun: Maverick”
(Agência Lusa)