A cidade de Nova York está passando pela pior poluição atmosférica de qualquer outra grande cidade do mundo. Como os meteorologistas haviam prometido, uma parede de fumaça cobriu Manhattan nas últimas semanas.
A fumaça, vinda do Canadá, onde mais de quatrocentos incêndios florestais ocorreram nos últimos dias, mostra o quanto estamos vulneráveis. Eu nunca havia imaginado um evento como esse!
Um cigarro atirado ao chão, um raio ou um fio elétrico derrubado podem ser a causa das perdas de florestas na Colúmbia Britânica, Alberta e, agora, Quebec, bem ao norte do Canadá e longe de NY.
Esses incêndios florestais não são novidade, mas são maiores do que o habitual. E, como tantos incêndios recentes, eles estão diretamente ligados a semanas de calor extremo. As mudanças climáticas criaram verões mais longos e mais quentes; e só pioram com as secas.
É provável que iremos ver muitos eventos como esse com cada vez mais frequência, dentro de um ciclo vicioso em que se tem calor prolongado, que seca as florestas e torna esses incêndios mais prováveis, deixando a temperatura mais alta e menos florestas que absorvam o calor e CO2.
Os especialistas em exposição e impactos de fumaça de incêndios florestais mostram que partículas muito finas, que tenham apenas 2,5 microgramas, contaminam nossos órgãos.
Na última década, há casos em que essas partículas penetraram nos pulmões, na corrente sanguínea e até mesmo alcançaram o cérebro, e essa invasão dos corpos pela fumaça está associada a ataques cardíacos e casas demência. Os mais velhos passam muito mal com a degradação do ar.
Os números de Nova York atingiram cerca de cento e cinquenta microgramas. Um espanto. Se a situação piorar e o clima não for controlado, sobre o que escreveremos em cinco anos?
Luis Norberto Pascoal é empresário, empreendedor e incentivador de projetos ligados à educação e à sustentabilidade. A Fundação Educar Dpaschoal é um dos pilares de seu trabalho voltado ao desenvolvimento humano e social.