Pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, mostra que praticamente todas as famílias afetadas pelas explosões em Beirute ainda precisam de ajuda, um ano depois da tragédia. Foi em 4 de agosto de 2020 que um depósito que armazenava nitrato de amônio explodiu no porto da capital do Líbano. O porto e vários locais ao redor ficaram completamente danificados. Mais de 200 pessoas morreram e 6,5 mil ficaram feridas, incluindo mil crianças.
Vários estabelecimentos comerciais foram destruídos, milhares de pessoas perderam o emprego e quase 70% das famílias continuam sem acesso a serviços de saúde. Segundo o Unicef, o Líbano enfrenta uma “crise tripla”: economia em colapso, falta de estabilidade política e pandemia de Covid-19. Com isso, as famílias não estão conseguindo se recuperar.
A Unicef destaca que 98% dos lares afetados ainda precisam de assistência básica. A maioria pede ajuda em dinheiro ou alimentos. Um terço das famílias afirma que pelo menos uma das crianças ainda apresenta sinais de traumas psicológicos. Entre os adultos, quase metade continua afetado pelos impactos das explosões.
A representante do Unicef no Líbano, Yukie Mokuo, afirma que “um ano depois da tragédia, a vida das crianças continua profundamente afetada. Segundo ela, as famílias têm dificuldades para se recuperar do incidente no pior momento possível – no meio de uma crise econômica e de uma grande pandemia”.
A Unicef está fazendo um apelo para que as crianças libanesas sejam prioridade no país e para que tenham acesso a cuidados de saúde, de nutrição e fiquem protegidas da violência.
A agência da ONU pede aos líderes políticos para ultrapassarem suas diferenças e se unirem para a formação de um governo que coloque a população no centro de qualquer decisão. A ONU lembra ainda que é essencial para o desenvolvimento das crianças a garantia de serviços públicos, como o fornecimento de água sem interrupções.
Outro pedido é para que justiça seja feita para as famílias afetadas, em especial para as que perderam um ente querido. É necessária, defende a agência, uma investigação transparente para determinar a causa do incidente e punir os responsáveis pela explosão, o que não foi feito mesmo depois de um ano. (Agência ONU News)