Imagens de crianças e adultos esqualidos e doentes percorreram o Brasil e o mundo, revelando o drama Yanomami. Cercados pelo garimpo, 570 crianças indígenas morreram de fome e por febre amarela nos últimos quatro anos.
Em meio a esta tragédia anunciada, um grupo de professores e alunos da disciplina “Linguagem, Jornalismo, Ciência e Tecnologia”, do Programa de Mestrado em Divulgação Científica e Cultural do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (LabJor), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), resolveram estudar os Yanomami, para tecer, em uma construção coletiva, um pequeno perfil da trajetória desse grupo étnico, suas conquistas, características culturais e dificuldades.
O resultado é o livro “Povos originários do Brasil: sentidos da crise humanitária dos Yanomami”, publicado pela Editora Pontes, que será lançado no dia 19 de abril, às 10h, na Casa do Lago da Unicamp. A obra representa um esforço de (re)construção de sua trajetória, realidade e representação que possibilite reflexões sobre os sentidos múltiplos que provocam no imaginário popular.
Os capítulos são escritos a partir de pesquisa, entrevistas e análises, realizadas por estudantes do mestrado e também por autores-convidados, especialistas no tema.
Os povos indígenas ocupam hoje novos espaços nas cidades, nas universidades, na literatura, na política, reivindicando seus direitos na sociedade brasileira. Não por acaso, a Unicamp é um dos lugares hoje ocupado por múltiplas etnias indígenas que buscam na Universidade novos saberes e trazem, também, ensinamentos ancestrais.
Durante o lançamento, os organizadores da obra, os jornalistas e professores Graça Caldas, Fabiano Ormaneze e Margarethe Steinberg-Born, vão conduzir uma roda de conversa, envolvendo organizadores, alunos autores, autores convidados e alunos indígenas da Unicamp que deram entrevistas em diferentes capítulos.
A proposta é fazer um bate-papo sobre a realidade, as conquistas e a saga dos Yanomami. Haverá também sessão de autógrafos.