Em parceria com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e a Embraer, a Unicamp desenvolverá motores elétricos para aviões no Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE), criado com financiamento da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). A iniciativa integra o projeto de preparação para a mobilidade aérea de zero carbono.
Com investimento previsto de R$ 48 milhões nos próximos cinco anos, o Centro de Pesquisa em Engenharia para a Mobilidade Aérea do Futuro (CPE-MAF), constituído em parceria com a Embraer, será instalado no ITA, em São José dos Campos. Os projetos serão conduzidos por pesquisadores da instituição e da empresa, em parceria com a Unicamp e a Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP).
A Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) irá desenvolver motores elétricos especiais para a aviação e sistemas eletrônicos que os controlem. De acordo com o professor da FEEC José Antenor Pomilio – que coordenará a equipe de pesquisadores da universidade – existem duas linhas para o desenvolvimento de veículos aéreos eletrificados.
Em uma delas, o veículo seria semelhante a um helicóptero, de decolagem vertical, tipicamente de uso urbano. Na outra, um modelo mais próximo do avião, para distâncias um pouco mais longas, com decolagem horizontal. Segundo Pomilio, o CPE criado no ITA direciona-se a essa segunda linha.
“O mundo inteiro pesquisa essas duas vertentes, mas nada está feito ainda, apenas alguns protótipos. Estamos iniciando essa atividade no momento certo”, disse o professor. Pomilio lembra que, no ITA, outros grupos irão estudar a parte de estrutura, de materiais e aerodinâmica. “Não sabemos exatamente como, mas certamente será um avião muito diferente dos aviões a jato e mesmo dos atuais turboélices”, diz Pomilio.
“Será um avião com hélices. Possivelmente terá dezenas de motores, o que muda a estrutura e a própria concepção do veículo”, projeta ele. “Tudo está por fazer. Será um aprendizado para todos nós”, conclui.
O grupo da Unicamp conta com três professores. Pomilio será o responsável pela área de eletrônica de potência; Matheus Giesbrecht, pela parte de máquinas elétricas, isto é, dos motores propriamente ditos, e José Pissolato Filho pela compatibilidade eletromagnética. Haverá também estudantes de mestrado e doutorado. “Esperamos que a Unicamp tenha uma equipe entre 15 e 20 pesquisadores”, diz Pomilio. (Com informações da Unicamp)