O ar-condicionado é o aparelho que mais pesa na conta de luz, de acordo com a empresa Frigelar, após levantamento de dados produzido pela Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica). Um modelo Split de 12.000 BTUs, por exemplo, usado por oito horas diárias em 30 dias, representa um consumo médio de 193,8 kWh (quilowatt-hora).
Em seguida vem o chuveiro elétrico, mas com um diferencial muito significativo: o tempo de uso. Enquanto o ar-condicionado fica ligado por várias horas, o chuveiro é utilizado por apenas alguns minutos. O balanço do Procel considera um uso diário de 32 minutos durante 30 dias. O resultado é um consumo médio de 88 kWh.
Sendo assim, é natural que as pessoas fiquem apreensivas antes de adquirir um sistema de refrigeração.
Os últimos dias do Inverno e os primeiros da Primavera transformaram parte do Brasil numa grande “bolha de calor”, com temperaturas superando os 40 graus em algumas cidades. O efeito imediato foi uma corrida às lojas para comprar ventilador e ar-condicionado.
Orientação
Segundo Renato Kubaszewski, representante da Frigelar, empresa de ar-condicionado, é preciso levar em consideração diversos aspectos na hora da compra pensando no futuro.
“Para economizar com o seu aparelho, considere a maior eficiência energética, segundo o Inmetro, a tecnologia inverter, a potência de BTUs adequada ao ambiente e uma instalação profissional”, afirma o Kubaszewski.
Potência
O consumo de energia do seu aparelho é definido pelo esforço de potência que ele necessita para climatizar o ambiente de acordo com a temperatura desejada. Quanto maior a exigência, mais energia ele irá consumir.
Além disso, o aparelho possui algumas características que podem influenciar diretamente no gasto energético.
Os principais modelos disponíveis no mercado hoje em dia são o Split (piso teto e high wall) e janela, que, no geral, é a categoria mais econômica.
“Com os avanços tecnológicos, os fabricantes têm criado modelos que consomem menos energia, poupando o seu bolso e contribuindo para um planeta mais sustentável”, completa Renato.
Tecnologia
O sistema de um ar-condicionado pode seguir duas tecnologias: convencional e Inverter.
De forma resumida, equipamentos convencionais contam com ventiladores que absorvem o ar que passa pelo conversor e depois retornam para o ambiente. O compressor é acionado cada vez que a temperatura muda, causando um consumo energético maior.
Já o ar-condicionado Inverter funciona de maneira ininterrupta, ou seja, o compressor não desliga. Apesar disso, funciona com maior estabilidade, com menos potência e atinge a temperatura selecionada mais rápido.
Ao evitar picos de energia, o consumo é menor.
“Os aparelhos inverter podem ser até 60% mais econômicos do que os convencionais. E alguns novos modelos chegam até 77% de economia, que é o caso da linha WindFree, da Samsung”, explica o especialista.
BTUs
Os BTUs (British Thermal Units) são indicadores de adequação do aparelho para cada ambiente. Para determinar a quantidade certa, é preciso considerar o tamanho do espaço, quantidade de pessoas que devem habitar o cômodo e a presença de sol.
Watts/kWh
Como existe uma grande variedade de tipos de ar-condicionado, o consumo mensal energético varia de 129 a 679 kWh, segundo a Enetec Consultoria em Engenharia Elétrica da UnB (Universidade de Brasília).
Essa informação pode ser encontrada nas especificações de cada produto (manual ou etiqueta) e na tabela de eficiência energética do Selo Procel. As melhores opções são aparelhos de classificação A, que são mais econômicos, mas é importante notar que a quantidade de watts depende do modelo e dos BTUs.
Consumo de energia: fatores externos
Além dos elementos que envolvem o próprio ar-condicionado, fatores externos também contribuem para o valor final da conta de luz.
♦ Tempo de uso (horas e dias)
Obviamente, o tempo de uso do ar-condicionado é algo determinante. Quantas horas fica ligado por dia e quantos dias por mês é utilizado são coisas a serem levadas em conta.
♦ Valor do kWh
Cada empresa de energia elétrica segue uma precificação, assim como cada região do País. Essa informação geralmente fica registrada na conta de luz. Caso isso não seja encontrado ou se surgirem dúvidas, é recomendado entrar em contato com a distribuidora de energia.