As vendas de imóveis usados cresceram 23,95% no mês de abril em comparação a março na região de Campinas depois de três meses seguidos de queda. A pesquisa, com 121 imobiliárias de 17 cidades, foi feita pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP).
Os imóveis mais vendidos foram os de até R$ 300 mil, com 61,77% do total negociado por esses agentes imobiliários, e estão localizados em bairros de regiões nobres (37,68%), de periferia (36,23%) e do centro dos municípios (26,09%). Venderam-se mais apartamentos (72,73%) do que casas (27,27%), imóveis que as imobiliárias e corretores qualificaram como de padrão construtivo médio (42%), standard (36%) e luxo (22%).
“Esse crescimento em abril não foi apenas um refluxo momentâneo, mas também não se pode esperar que seja uma reversão definitiva de tendência”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP, ao avaliar o comportamento do mercado no mês. “O crescimento é resultado de negociações de compra e venda que estavam em andamento há tempo e se concretizaram nesse mês, como é de praxe no mercado imobiliário, e também por causa da manutenção dos financiamentos”, explica.
Na região de Campinas, a manutenção do crédito bancário em nível elevado mostrou sua essencialidade na perenização das vendas ao reverter uma sequência de três meses de baixa.
Em janeiro, a queda foi de 31,05% sobre dezembro com a participação dos financiamentos limitada a 45,57% do total de imóveis vendidos. Em fevereiro, nova queda, de 13,07%, com os financiamentos em 47,29%. Em março, com os empréstimos chegando a 70%, a queda foi reduzida a 6,71% e, em abril, alta de 23,95% nas vendas com os financiamentos mantendo-se praticamente no mesmo nível de março, em 68,89% do total de contratos formalizados por imobiliárias e corretores.
Em um cenário de desemprego elevado, renda comprimida, inflação em alta e juros que ultrapassam os dois dígitos, Viana Neto diz que a continuidade da oferta de crédito em “condições suportáveis para contratação em longo prazo é essencial para que o mercado imobiliário em Campinas e outras regiões não continue tendo vôos de galinha” – expressão que ele usa para retratar a falta de continuidade do crescimento das vendas, sem o anda-e-para que tem sido registrado pelas pesquisas.
A pesquisa CreciSP foi feita nas cidades de Americana, Amparo, Artur Nogueira, Campinas, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Nova Odessa, Paulínia, Santa Bárbara D´Oeste, Santo Antonio da Posse, Sumaré, Valinhos e Vinhedo.
Apartamentos com 2 dormitórios
As 121 imobiliárias consultadas pelo CreciSP venderam mais apartamentos com dois dormitórios (56,52% do total) do que com três (34,78%), com quatro (4,35%) e com um quarto (4,35%).
A área útil desses imóveis varia entre 51 e 100 metros quadrados (43,48%), até 50 m2 (30,43%), de 101 a 200 m2 (21,74%) e de 301 a 400 m2 (4,35%). A maioria tem uma vaga de garagem (65,22%) ou duas (26,09%). As casas têm dois dormitórios (36,35%), três (27,27%), um (27,27%) ou quatro (9,09%). Elas têm área útil de 101 a 200 metros quadrados (54,55%) ou de 51 a 100 m2 (45,45%) e uma vaga de garagem (54,55%), duas (27,27%) ou três (18,18%).
Os novos inquilinos se provaram divididos ao escolher onde morar em Abril na região de Campinas, com 50,91% optando por casas e 49,09% por apartamentos.
O que uniu a maioria deles – 63,63% – foi a concordância em pagar aluguéis mensais de até no máximo R$ 1.500,00.
O volume de locações em Abril foi 17,54% menor que o de Março. Os imóveis alugados se distribuem por bairros de periferia (42,53%), centrais (29,89%) e de áreas nobres (27,59%). A maioria tem padrão construtivo médio (64,06%).