As vendas de imóveis usados aumentaram 20,95% e o número de residências alugadas cresceu 21,57% em Novembro comparado a Outubro em Campinas e em outras 19 cidades da região de Campinas, segundo pesquisa feita com 152 imobiliárias e corretores credenciados pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP).
No caso das locações, foi o segundo mês de alta pois Outubro havia registrado crescimento de 33,33% sobre Setembro. No mercado de vendas, Outubro registrou queda de 17,27% sobre Setembro, mas entre Agosto e Novembro as vendas acumularam aumento de 17,13% e as locações, de 25,99%.
“Esses resultados mostram a resiliência dessa região às graves consequências da crise provocada pela pandemia do coronavírus, que destruiu empregos, acelerou a inflação e reduziu o poder de compra das famílias”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP.
Segundo o IBGE, no trimestre encerrado em Outubro, quando a taxa de desemprego recuou para 12,1%, a renda média do trabalho voltou a cair e atingiu o menor nível em quase dez anos no País. A renda média real recebida pelos trabalhadores ocupados foi estimada pelo Instituto em R$ 2.449,00 por mês, valor mais baixo de todos os trimestres da série histórica do IBGE, iniciada em 2012.
“As consequências desse estado de coisas são atenuadas na região de Campinas pela força estrutural da economia local, com cidades de forte base industrial diversificada e com um PIB que a coloca entre as maiores do Estado, o que favorece o mercado imobiliário ou ao menos reduz sua vulnerabilidade”, acrescenta Viana Neto. Campinas, por exemplo, tem PIB de R$ 61 bilhões e per capita de R$ 51 mil, enquanto o de Paulínia chega a R$ 32 bilhões e per capita de R$ 306 mil, segundo a Fundação Seade e o IBGE.
Imóvel até R$ 300 mil
Os imóveis mais vendidos na região de Campinas em Novembro foram os que custaram aos compradores até R$ 300 mil, com 59,74% do total, segundo a pesquisa CreciSP. A maioria desses imóveis está localizada em bairros de periferia (42,5%) e tem padrão construtivo médio (48,85%).
Foram vendidas mais casas (56,86%) do que apartamentos (43,14%). As 152 imobiliárias e corretores consultados informaram que a compra de 48,3% desses imóveis foi financiada por bancos, 25,17% foram vendidos à vista, 25,85% tiveram o pagamento parcelado pelos proprietários e 0,68% receberam carta de crédito de consórcios imobiliários.
As casas vendidas tinham em sua maioria 3 dormitórios (47,62%), duas vagas de garagem (45,24%) e área útil entre 51 e 100 metros quadrados (33,33%) e 101 a 200 m2 (33,33%). Os apartamentos preferidos foram os de 2 dormitórios (82,86%), uma vaga de garagem (80%)0 e área útil entre 51 e 100 metros quadrados (65,71%).
Casa lidera locação
A pesquisa também apurou que em Campinas e nas demais cidades da região as pessoas alugaram-se em Novembro mais casas (53,57%) do que apartamentos (46,43%) e que a maioria das novas locações (52,95%) tem aluguel mensal de até R$ 1,5 mil.
Mais da metade desses imóveis alugados (56,7%) está situada em bairros da periferia e tem padrão construtivo médio (48,57%).
Os novos inquilinos optaram preferencialmente por casas de 2 dormitórios (50%), com área útil entre 51 e 100 metros quadrados (56,67%) e uma vaga de garagem (50%). Já os apartamentos mais alugados foram os de 2 dormitórios (66,67%), área útil entre 51 e 100 metros quadrados (76,19%) e uma vaga de garagem (80,95%).
A pesquisa CreciSP foi feita nas cidades de Americana, Amparo, Arthur Nogueira, Campinas, Estiva Gerbi, Hortolândia, Indaiatuba, Itapira, Itatiba, Jaguariúna, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Nova Odessa, Paulínia, Santa Bárbara D´Oeste, São João da Boa Vista, Serra Negra, Sumaré, Valinhos e Vinhedo.