A cada ano do triênio 2023 a 2025, serão registrados mais de 700 mil novos casos de câncer de pele no Brasil, de acordo com estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), divulgada para a campanha Dezembro Laranja, que alerta e conscientiza sobre a doença. Nos próximos três anos, de acordo com o Inca, mais de 2,1 milhões de brasileiros receberão diagnóstico de câncer de pele.
O tipo de câncer mais incidente no País continua sendo o de pele não melanoma, com 31,3%. A neoplasia supera os cânceres de mama (10,5%) e de próstata (10,2%), mais comuns entre mulheres e homens, respectivamente. Exposição prolongada e repetida ao sol e histórico familiar são dois importantes fatores de risco para o surgimento do câncer de pele, o mais frequente tipo também no mundo.
Com a chegada do Verão, o sol e o calor deixam a pele ainda mais suscetível aos efeitos nocivos dos raios ultravioletas. Além dos cuidados para proteção, exames dermatológicos completos devem ser realizados anualmente para prevenir e até mesmo tratar precocemente as lesões cancerígenas.
“É importante se discutir a prevenção do câncer de pele. Uso de protetores solares com filtro acima de 30 e evitar a exposição entre 10h e 16h são cuidados que devem se somar aos exames preventivos regulares. É imprescindível realizar exame dermatológico completo anualmente”, detalha o oncologista Fernando Medina, do Centro de Oncologia Campinas.
Pessoas de pele clara, sobretudo acima dos 40 anos, e com histórico familiar de câncer de pele precisam de atenção especial, lembra o médico. Há também uma parcela importante formada por profissionais que se expõem mais ao sol.
“Carteiros, lixeiros, varredores, garis e agricultores são profissionais que, por força da profissão, enfrentam maior exposição ao sol. Nesses casos, há o risco do desenvolvimento da chamada doença profissional, em razão das tarefas que exercem”, explica.
A campanha “Dezembro Laranja”, instituída pelo Instituto Nacional de Câncer e desenvolvida ao longo do mês de dezembro, foi criada para alertar sobre esse mal que pode ser evitado e que tem cura. “A pele é o maior órgão do corpo humano e o câncer de pele é o de maior incidência no Brasil, um país de clima quente e características que induzem à maior exposição solar”, argumenta Medina.
Os cuidados contra o câncer de pele, observa o oncologista, precisam começar logo cedo. “É importante que as crianças evitem o sol nos horários de risco. As mutações das células ocorrem ao longo dos anos e quanto maiores os cuidados com as crianças, menores as chances do câncer de pele se manifestar”, detalha.
Os tipos
Há dois tipos da doença. O câncer de pele não melanoma é um tumor maligno com baixa taxa de mortalidade, que afeta ambos os sexos. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares.
Já o do tipo melanoma, embora mais grave, ocorre com menos frequência. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele.
Ambos têm cura se detectados precocemente. Quanto menor a exposição solar excessiva durante a vida de uma pessoa, menor chance de desenvolver câncer de pele.