Prepara o coração, torcida brasileira. A seleção brasileira de vôlei masculino avança às semifinais dos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023 com uma vitória no tie break sobre Cuba.
No duelo desta manhã na Arena do Parque O’Higgins, o último da fase de grupos, o Brasil cravou 3 a 2 (25/23; 25/16; 18;25; 25/27; 18/16) com muita emoção.
Primeira colocada do grupo A com 13 pontos, a seleção avança direto para a semifinal que acontecerá na sexta-feira.
E se tem um lance para destacar deste jogo de explosão de força e controle de nervos, é o que permitiu o 17º ponto brasileiro no tie break. Com 16/16 no placar do tie break e depois do Brasil já ter salvo um match point, o experiente líbero Maique num mergulho praticamente sobre o banco de reservas, manteve a possibilidade no contra-ataque.
Confira o que disse o líbero Maique:
“A bola estourou no bloqueio e eu só pensava preciso subir essa bola, é uma bola importantíssima, não importa o que aconteça preciso me jogar, manter a bola viva. E aconteceu uma situação favorável, claro ela estourou lá perto do banco, pensei é o meu momento, vou ajudar a equipe. Um ponto importante que pode decidir e como decidiu”, comentou o líbero Maique que desde 2018 defende a seleção.
O oposto Darlan comemorou a vitória:
E mais uma vez o oposto Darlan foi o maior pontuador do jogo com 28 pontos. Jovem na idade, mas já com boa rodagem com a seleção de novos e também nesta temporada com a principal, o atleta mostra seu processo de amadurecimento ao falar da responsabilidade de segurar a pressão dentro de quadra.
“Estávamos com o pensamento, vamos ganhar independente do que aconteça. Gosto muito da sensação do 24/24, ali no tie break 15/15, tomei um toco, paciência, se a gente perder eu assumo a culpa. A bola vem pra mim de novo e rodo a próxima. Coisa de atleta, vou lidar com pressão. Sou oposto, o cara que vai receber a bola nas horas mais difíceis. Estou lidando bem, dou meu máximo. Sinto meus erros após o jogo, na hora tenho que rodar a próxima, chamar a torcida, concentrar ali”, afirmou o jogador de 21 anos.
O jogo
Com saque forte e atacantes potentes, Brasil e Cuba fizeram um primeiro set bem disputado. Com Lopez, jogador bem conhecido da torcida brasileira, afinal esta é a sua quarta temporada no Cruzeiro, Cuba assumiu o protagonismo no início de jogo, mas algo que rapidamente foi controlado pela seleção brasileira.
Com o ataque de Honorato, o Brasil diminuiu para 11/12 e com um bloqueio pra cima de Lopez, virou o jogo com 13/12. Na sequência os comandados de Giuliano Ribas seguraram a reação cubana e fechou com 25/23.
Quantos se esperava um comportamento mais aguerrido e concentrado dos cubanos, o que se viu em quadra foi uma equipe errando demais. Só de saque foram sete diretos para fora e o bloqueio que havia até funcionando bem no primeiro set, desapareceu, com um aproveitamento no fundamento de só 10%.
O Brasil seguiu com seu bom posicionamento defensivo, crescendo no duelo e com três aces no set (um de Darlan e dois de Honorato). Sem nenhuma ameaça ao longo do set, o Brasil fechou com 25/16 com ataque de fundo de quadra do ponteiro do Vôlei Renata, Adriano.
O apagão cubano durou bem pouco. Na volta para o 3º set, a reação comandada por Lopez não deu espaço para o Brasil jogar. Cuba chegou a ter vantagem de oito pontos no placar e o time verde e amarelo em nenhum momento conseguiu fazer frente aos ataques poderosos.
Restou à seleção brasileira reencontrar a concentração no jogo, corrigir falhas na defesa e somente girar bola. Cuba fez 2 sets a 1 no jogo com 25/18. No set, o Brasil apresentou somente 6% de aproveitamento no bloqueio e 36% no ataque.
A expectativa era de Brasil x Cuba ser o duelo mais brigado e emocionante da fase de grupos no vôlei masculino no Pan e as seleções não decepcionaram.
O quarto set foi eletrizante com virada cubana. E o saque foi o fundamento que foi protagonista do set, por erros em momentos essenciais ou fulminantes. A seleção brasileira chegou a abrir cinco pontos de vantagem com 14/9, mas no saque potente de David Gutiérrez, a recepção não segurou e na volta com um toque para baixo, Cuba empata o duelo 14/14.
As equipes vieram trocando sideout, mas a partir do 18/19, entre alguns bloqueios e muitos erros de saque, o Brasil ainda salvou dois set points, mas num saque potente de López, que Honorato não segurou, Cuba fechou 25/27.
Com um ginásio lotado, o tie break foi eletrizante até a última bola. Cuba chegou abrir três pontos de vantagem 8/11, os jogadores brasileiros acreditaram e com ataque de Darlan e ace de Honorato diminuíram para 10/11. Com erros de saque e bloqueio funcionando dos dois lados, chegamos ao 16/16, depois de cada equipe salvar um match point. E aí veio a defesa impecável de Maique e dois ataques certeiros para fechar 18/16.