Estamos vivendo tempos de maior autonomia e liberdade, tempos em que, graças às redes sociais, podemos expor nossas opiniões sobre fatos e acessar mais fontes para averiguar tais fatos e assim emitir nossa opinião. É tempo de não ser mais refém de poucas fontes de opiniões midiáticas como eram as informações emitidas por grandes emissoras de TV na década de 90.
Novos tempos, maior democracia, mais voz, porém, será que sabemos usar isso da melhor maneira possível? É sobre isso que irei refletir nesse artigo e adoraria que você me fizesse companhia, você aceita? Ótimo, então vamos lá.
Na Sociologia temos um dos fundadores dela, um dos principais nomes, o francês chamado Émille Durkheim, este elaborou um método das Ciências Sociais, no qual é necessário analisar de maneira neutra, racional, abrindo mão de qualquer tipo de emoção (a priori) para analisar o que ele chamava de Fato Social, ou seja: aquilo que acontece em nosso cotidiano e, que por ventura, acaba ganhando grande destaque midiático, muito em função da internet nessa era digital a qual estamos inseridos (querendo ou não).
A internet é uma ferramenta neutra, tal como um martelo que pode ser usado para martelar um prego ou para martelar alguém ocasionando uma agressão física, ou mesmo apenas servindo de ferramenta para uma ameaça física. O que mais vejo atualmente na internet são “juízes”.
Há um “tribunal digital”, um ambiente no qual pessoas criam contas falsas, chamadas de “contas fakes” para condenar o próximo sem ao menos tentar entender o que se passa naquela situação, sem ao menos utilizar dessa ferramenta poderosíssima que é a internet para coletar o maior número de informações e dados possível antes de “apedrejar, antes de condenar e crucificar” o próximo.
Na filosofia temos um grande nome chamado Immanuel Kant que elaborou a teoria chamada de Imperativo Categórico. A ação em tal teoria propõe o seguinte: “Faça de tal maneira a pretender que a sua conduta torne-se uma Lei universal”! São ações que pretendam serem universalizadas e com essa postura sendo adotada, logicamente conclui-se que uma hora tal conduta se voltará contra você.
Se você ajudar o próximo, algum dia você será ajudado por alguém, se for paciente, um dia serão com você, se condenar e julgar o próximo, isso se voltará contra você.
Muito me entristece ver “juízes covardes com contas fakes em uma era de tribunal digital informal”, fico aqui me perguntando aonde iremos parar? Será que de fato estamos utilizando nossa liberdade de expressão da melhor maneira possível, com cautela, razão e raciocínio lógico?
Com empatia para com o próximo, sem julgamentos advindos de uma geração ansiosa que apenas lê um título de uma matéria, ou um recorte de um vídeo de 15 segundos e já sai emitindo uma opinião agressiva?
Não tenho e nem ouso propor soluções, apenas observo tal Fato Social atual como propôs o sociólogo Émille Durkheim. Reflita sobre isso, eis meu convite. Um grande abraço.
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL) – Instagram @institutopontes_oficial