Perdi uma crônica que já tinha escrito para o meu amigo Leu. Procurei no computador e não achei. Esse meu amigo – que acabou de fazer oitenta anos – é uma pessoa muito especial. Ele fala com franqueza sobre qualquer coisa. Seja da família, do vizinho, ou de alguém que o incomoda. Ele bate de frente com quem quer que seja.
Leu é o meu concunhado, casado com a minha cunhada Cida, irmã da minha companheira, da moça que cuida de todos nós, a Betinha dos bolos, das festas, e sempre pronta para cuidar do seu povo.
Leu é um amigo de boas palavras. E aí não vai nenhuma brincadeira de palavras.
Ele é o que é e todos gostam dele pelo seu jeitão de falar de um modo natural, sem subir no muro moral do nem lá-nem cá. Ele fala o que lhe dá no telhado dos seus oitenta anos e o melhor é a gente se guardar debaixo das suas telhas imemorais.
José Esleu é o seu nome. E aqui encerro esta pequena crônica para homenagear um bom amigo. Forte abraço, Leu, e que jamais lhe falte um samba-canção. Inté.
Zeza Amaral é jornalista, escritor e músico