O ano era 2006, inverno, uma onda de ataques violentos do crime organizado assustava os moradores da região, havia um boato sobre o ‘toque de recolher’ na cidade, nessa época eu era um jovem de 12 anos e estudava no período da tarde, saía por volta das seis e meia da tarde, e com toda a tensão no ar, lá estava minha mãe na porta da escola me esperando, sorrindo (disfarçando o nervosismo e o medo), para irmos para casa, a pé, pois não tínhamos dinheiro para ônibus. Nada nos aconteceu, retornamos em segurança.
Muito me chamou a atenção naquela situação por ela, minha Mãe, enfrentar o medo, os boatos dos possíveis ataques, me protegendo, levando minha mochila pesada cheia de livros naquela noite em que as ruas estavam literalmente desertas, escuras e frias…
A palavra Mãe vem do latim, “mater”, daí derivam as palavras amor materno, maternidade… Afinal: quando torna-se Mãe?
Trago aqui um pensador muito estimado por minha Mãe, chamado Osho, que nos diz: “- No momento em que uma criança nasce, a Mãe também nasce. Ela nunca existiu antes. A mulher existia, mas a Mãe, nunca. Uma Mãe é algo absolutamente novo”. Há ainda quem seja Mãe sem dar a luz… “- Mãe é quem cria, quem educa…”.
Estou aqui não tentando descrever o que é Ser Mãe, pois tal missão estaria fadada ao fracasso, mas sim entender o que as move? Quais afetos direcionam suas ações? Seria amor, carinho, zelo…?
É possível reconhecer na Mãe diversos papeis: a amiga, a educadora, a defensora, a super heroína, a sensível, a justa… Mãe perdoa, já dizia o pensador Balzac: “- O coração das Mães é um abismo no fundo do qual se encontra sempre o perdão”.
Teria a Mãe o papel de encorajar seus filhos a ‘saírem do ninho e voar’? Seria a Mãe a melhor professora da ‘faculdade da vida’?
Que não apenas nesse domingo, mas todos os dias as Mães estejam de braços abertos para acolherem os filhos e que estes lhe retribuam toda a doação e atenção que lhes foram dedicados. Que o amor sempre prevaleça, estando elas perto ou longe, sendo ou não de sangue, entre nós ou não mais.
“Feliz Dia das Mães”, à minha em especial: Fátima. E a todas as Mamães, um grande abraço!
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL)