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Home Opinião

Artigo: O Nacionalismo Musical de Carlos Gomes – por Regina Márcia M. Tavares

Redação Por Redação
5 de setembro de 2021
em Opinião
Tempo de leitura: 4 mins
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Artigo: O Nacionalismo Musical de Carlos Gomes – por Regina Márcia M. Tavares

Foto: Reprodução

Mais uma vez, neste mês de setembro, Campinas prestará homenagem ao seu grande músico afrodescendente, Antônio Carlos Gomes! Parabenizo o grupo de abnegados e apaixonados pela Cultura desta cidade que, ao chamado da Secretaria de Cultura da municipalidade, a cada ano não mede esforços para organizar um programa de atividades que faça jus à memória do Tonico de Campinas, mesmo com as muitas dificuldades por que vêm passando as entidades que representam na Comissão Carlos Gomes.

É notório que a Cultura, em sua total abrangência, não tem sido prioridade das administrações públicas nas últimas décadas em nosso país! Provavelmente, deva-se isto a não termos aprendido a valorizar nossa riquíssima e variada produção local, a explosão de criatividade que o caldo da mistura étnica nos proporcionou.

Carlos Gomes, campineiro, o maior compositor operístico das Américas do século XIX, morreu há 125 anos em Belém, no Pará. Com exceção do nome, da foto e da protofonia do Guarani, dele nossa gente conhece muito pouco.

Num primeiro momento, foi desdenhado pelos partidários da República nascente (1889), devido à sua eterna gratidão e fidelidade ao Imperador D. Pedro II, que sempre o apoiou, pois os proprietários de terras e de escravos de Campinas e arredores, então republicanos, estavam aborrecidos com o Império que proclamara a abolição da escravatura, fonte de suas riquezas. Pela mesma fidelidade ao imperador recusou-se a compor o hino da República. Mais tarde, continuou esquecido pela repulsa que o Movimento Modernista de 22, na sua busca pela brasilidade, teve por toda Arte que refletisse influência européia, caso de suas óperas.

Desde cedo Carlos Gomes revelou talento musical e estudou com o pai, Manuel José Gomes, músico de excelente formação. Sua primeira aparição em público deu-se aos 10 anos, como integrante da Banda Marcial, sob a regência do seu pai. Estudou violino e piano, produzindo entre os 11 e 14 anos suas primeiras músicas. Bem jovem, com o irmão José Pedro de Sant’Anna Gomes violinista já conhecido na região, apresentou em salões e fazendas vizinhas suas modinhas, mazurcas e valsas.

Sabe-se que as Modinhas já animavam os salões da corte portuguesa durante o reinado de d. Maria I. Lírica e sentimental, acompanhada pelo piano e o cravo, inicialmente, e depois também pelo violão, expressava musicalmente as coisas de amor.

Quem Sabe, composta em 1859 quando Carlos Gomes transferiu-se para São Paulo juntamente com o irmão, atesta o caráter brasileiro da composição gomesiana desse período. Certamente, a estada em São Paulo, o contato com os estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco para quem compôs o Hino à Mocidade Acadêmica, com poetas e figuras proeminentes em saraus literários e musicais e com a maçonaria ampliaram seus horizontes e o retorno à provinciana Campinas não mais lhe agradou, apesar da saudade, tão bem externada na modinha acima citada.

Sem sombra de dúvida, a experiência paulistana ofereceu a Carlos Gomes a oportunidade de adentrar ao nacionalismo musical que começava a se consolidar em diversos países da Europa e, também, no Brasil.

Expressando a linguagem específica de cada nação, o nacionalismo crescente na Alemanha, Hungria, Polônia, Tchecoslováquia, Finlândia, Espanha e outros via como ilusório um mundo uno, principalmente sob o domínio de poucas nações (Áustria e Rússia). As polonaises e mazurcas de Chopin, bem como os temas populares musicados por Bartók exemplificam esse nacionalismo que canta a pátria oprimida.

No Brasil, o nacionalismo musical deu-se através de um progressivo contato estético do folclórico com o erudito, a partir das grandes transformações estruturais por que passou a sociedade brasileira, a partir da Independência. Os movimentos liberais e abolicionistas foram, aos poucos, diminuindo as distâncias sociais e a visão etnocêntrica em relação à cultura europeia.

O jovem Carlos Gomes, embora natural de uma Campinas escravagista, respirando os novos ares musicou, também, o país em que nasceu, com sua mescla de grupos étnicos, já nos meados do século XIX. Buscou uma linguagem própria e expressiva de seu povo, pondo em música “a arte que já está feita na inconsciência do povo”, no dizer de Mário de Andrade. Suas inúmeras Canções espelham a alma brasileira e constituem parte importante da produção musical nacionalista. Nas Modinhas e outros gêneros ligados às suas raízes, nosso grande compositor mostrou o valor da autoria de um mestre! Em suas óperas posteriores os temas brasileiros ainda se fizeram presentes, muitas vezes, mas a escrita musical já se tornou mais europeia, para maior satisfação das plateias da época.

Sabe-se, hoje, que coube a Carlos Gomes a primeira obra musical inspirada em fontes populares, Cayumba, e não a Brasílio Itiberê da Cunha, pois sua composição data de 1857 enquanto a “Sertaneja” de Brasílio é de 1869.

A Cayumba é uma dança de negros que faz parte de “Quilombo”, uma pequena suíte composta de cinco partes, na qual o nosso grande compositor mulato rende sua homenagem aos Quilombos existentes, em sua época, na região de Campinas. Usando títulos alusivos à cultura dos escravos ele mescla a tradição folclórica, o nativismo e a urbanidade, produzindo uma peça própria da estética nacionalista. O grande pianista Fernando Lopes, já falecido, gravou a composição em 1980 sob o título O Piano Brasileiro de Carlos Gomes, para a Funarte.

Além de Carlos Gomes, em Campinas há muitos compositores eruditos e populares que deveriam ser pesquisados e homenageados, também.

É importante, inclusive, que a administração pública mobilize recursos adequados para tal e comece a valorizar e a divulgar outros tantos feitos de homens e mulheres, de todas as camadas sociais que, com seus variados talentos impulsionaram e continuam impulsionando as muitas áreas do conhecimento e da ação em prol da coletividade.

Este reconhecimento, tornado público e de forma permanente, sempre terá o dom de resgatar a autoestima e a união da população na direção da superação das dificuldades, bem como dará novos lustros à metrópole!

Regina Márcia M. Tavares é antropóloga, professora universitária aposentada, membro da Rede de Cooperação Acadêmica em Patrimônio Cultural Imaterial da América Latina e Caribe-Unesco e de várias entidades culturais de Campinas – Reg3mar@gmail.com

Tags: ArtigoCarlos GomesculturaHora CampinasmúsicaOpinião
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