Pois bem meu caro leitor, minha querida leitora, cá estou eu escrevendo este texto para a coluna, numa noite de primavera, em meu quarto, apenas com a luz da tela do notebook acesa, e minutos antes de começar a digitar refleti sobre fatos que ocorreram em minha vida nos últimos dias. Fatos sociais, como sugeriu o fundador da Sociologia Émile Durkheim, um francês inconformado com a realidade social de sua época.
Vou aproveitar tais fatos que vivenciei somados ao conhecimento sociológico de Durkheim para juntos refletirmos sobre o conteúdo que estará nos aguardando na futura última da vida. Peço que não me abandone logo agora.
Pois bem Durkheim foi um filósofo e psicólogo do século XIX, que enfrentou tudo e todos, mesmo sob chacota alheia, para defender sua teoria de que pode-se fazer ciência com base nos fatos humanos, tanto é que o seu estudo mais famosos é acerca do suicídio. Mas nosso foco aqui é outro, é explorarmos o tripé no qual se apóia sua teoria, a teoria dos Fatos Sociais.
O primeiro diz respeito a exterioridade dos fatos, ou seja ;já nascemos inseridos numa sociedade cheia de culturas, princípios e valores éticos, o segundo diz respeito a generalização de tais princípios e valores pressupondo que a maioria da sociedade faz, pensa e sente do mesmo modo. O terceiro pilar diz respeito a coerção social, é quando somos reprimidos, impedidos de fazer diferente, pensar diferente, sentir diferente…
Pense comigo: como é pra você aceitar que lhe manipulem, fazendo com que você perca a liberdade de construir sua própria identidade? O quão confortável é para você dizer sim, quando lá no fundo o que mais queria era ter dito não? Como se sente agindo de modo coercitivo para com você mesmo? Essas são provocações típicas da filosofia que tem por objetivo incomodar, você!
Ao receber sua fatura da vida e ler que a maior parte da sua vida se entregou para terceiros, que outorgou sua edificação identitária, que vendeu seu tempo, que acabou se acomodando com uma vida que não era a que havia planejado; como você reagirá?
Sob o tripé de Émile Durkheim teórico e trazendo pra sua realidade, está sendo possível enxergar uma luz no fim do túnel? Refiro-me a ter senso crítico para ter ciência de que não é porque todo mundo faz que você deva fazer, nem pensar, nem sentir igual a eles!
Me refiro a criar e construir sua identidade, sempre se atentando aos feedbacks, pois eles lhe nortearão para uma auto-percepção da direção para a qual você está indo em sua postura de vida.
Não vamos nos esquecer de nos dar uma chance, de conhecer e perceber o que realmente importa para nós, o que é valoroso para você, o que lhe faz sorrir, lhe faz ter uma noite de sono tranquila, o que lhe agrada e o que lhe desagrada…
Saiba usar o “não”, saiba dizer não para pessoas e situações que lhe entristecem e lhe fazem sofrer, mas saiba dizer não para impulsos pessoais que lhe tiram do seu foco, da sua meta, do seu objetivo!
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL)