Ao pensarmos em comprar um bem de consumo durável, como um carro, acabamos parafraseando Shakespeare: “ter ou não ter, eis a questão”. Se não contamos com o valor total do bem em dinheiro, qual seria a melhor opção para realizar um sonho ou mesmo a necessidade de ter um veículo mais seguro como meio de transporte em tempos de pandemia?
Segundo dados da B3, organização que opera a maior base privada de financiamento automobilístico do País, as vendas dos veículos financiados no acumulado deste ano, até agosto, somaram quase quatro milhões de unidades entre novas e usadas – incluindo motos, autos leves e pesados. Esse número apresentou um crescimento de 20,4% em relação ao ano passado, o que equivale a 671 mil unidades financiadas a mais.
No Brasil, a forma mais comum para a compra de um automóvel é o crédito direto ao consumidor, o chamado CDC.
É um tipo de financiamento realizado frequentemente por instituições financeiras no qual o automóvel é registrado no nome do comprador já no momento da aquisição.
O CDC, conforme a B3, é a modalidade de financiamento com maior representatividade dentre as demais modalidades – consórcio, leasing e outros. Em agosto de 2021, apresentou um crescimento de 5,2% frente a agosto de 2020.
É importante destacar que, de janeiro a maio deste ano, o Banco Central liberou mais de R$ 55,53 bilhões em concessões para aquisição de veículos por pessoa física – alta de 38,89% em comparação com o mesmo período de 2020, quando foram registrados R$ 39,98 bilhões em concessões.
No entanto, antes de aderir a um financiamento, é preciso estar atento a alguns pontos que devem ser avaliados. É necessário comparar os custos e benefícios de cada instituição financeira. Analise qual deles mais se adapta principalmente ao seu orçamento e às suas preferências.
Vale lembrar a importância de emitir o novo documento do veículo dentro do prazo para evitar multas e custos inesperados.
Outro ponto é considerar a compra de um veículo seminovo, mais barato se comparado ao zero quilômetro. É preciso apenas ter paciência para fazer uma boa pesquisa e contar com um mecânico de confiança para encontrar um carro em boas condições. Também é necessário considerar a desvalorização de preço do carro usado e a economia nas despesas com documentação.
Há ainda a possibilidade de inclusão do seguro auto. Em alguns casos, é possível aderir a um financiamento e a um seguro de automóvel ao mesmo tempo.
Por isso, é importante ficar de olho nos benefícios que são ofertados no plano a ser contratado. É fundamental, ainda, avaliar sempre o valor final da parcela e o Custo Efetivo Total (CET) para entender o que realmente está sendo cobrado no financiamento.
Último ponto, mas não menos importante, é colocar na ponta do lápis o que vai gastar com o novo veículo, como licenciamento, emplacamento, IPVA, combustível, manutenção e estacionamento, tendo em mente não só o valor do financiamento, mas todos os custos envolvidos na aquisição de um veículo.
Programe suas contas de uma maneira que possa arcar com todas as despesas envolvidas no uso de um automóvel.
Com as planilhas em ordem e contas feitas, é hora de escolher o carro dos sonhos. Depois, não esqueça de proteger esse bem de consumo para você ficar seguro e não ter imprevistos.
Walmando Fernandes, administrador de empresas e MBA em gestão empresarial, é Head da Porto Seguro na região de Campinas