A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo enviou um alerta nesta quarta-feira (14) às pessoas presentes na Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, no período de 27 de maio a 11 de junho. A recomendação é para que elas procurem atendimento “imediatamente” e informem ao médico que estiveram na região caso apresentem febre, dor de cabeça ou manchas avermelhadas pelo corpo.
Dos 12 casos confirmados da febre maculosa neste ano, três foram de pessoas que estiveram na Feijoada do Rosa, realizada na Fazenda, no dia 27 de maio. Duas mulheres (uma de 36, de São Paulo, e outra de 28, de Hortolândia) e um homem (42 anos, de Jundiaí) morreram. Dois casos estão em investigação e também podem ter relação com o local, que interrompeu suas atividades por 30 dias.
“Desta forma, é importante que todos que frequentaram a fazenda fiquem atentos aos sintomas e comuniquem ao serviço médico. Essas informações são fundamentais para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença”, direciona a secretaria.
Em coletiva nesta quarta-feira, na Sala Azul, o prefeito Dário Saadi, que é médico, explicou que há tratamento específico para a doença, por meio de antibiótico. Mas ele só é bem-sucedido se for iniciado até 72h após o início dos sintomas. Após esse período, a chance de letalidade é altíssima.
Nesta reunião na Prefeitura, autoridades de saúde detalharam um “plano de guerra” para enfrentar a doença em Campinas. Veja abaixo:
♦ Criação de força-tarefa com autoridades e técnicos do governo de São Paulo
♦ Implatação de Sala de Situação para acompanhamento e deliberação
♦ Capacitação de profissionais da Saúde
♦ Divulgação imediata de vídeo educativo
♦ Aulas para médicos para que diagnóstico seja imediato
♦ Ampla campanha de divulgação ao público
♦ Reforço de mensagens de orientação, conscientização e alerta em parques, praças e espaços públicos
♦ Criação de lei para exigir de bares, restaurantes e food trucks a exibição de mensagens de orientação ao público sobre o risco de febre maculosa se esses estabelecimentos estiverem localizados em áreas de vegetação
Entenda
A febre maculosa é uma infecção febril de gravidade variável, com elevada taxa de letalidade. Causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, é transmitida pela picada do carrapato. Entre junho e novembro, a infestação ambiental por ninfas de carrapato estrela é alta (o ciclo de vida do parasita inclui as seguintes fases: ovo – larva – ninfa e adulto).
Além da fazenda onde os eventos foram realizados, as regiões com maior frequência de casos são as de Campinas, Piracicaba, Assis e Sorocaba. O período de incubação da febre maculosa é de 2 a 14 dias.
Portanto, é importante considerar exposições ocorridas nos últimos 15 dias antecedentes ao início de sintomas.
“Ao se aventurar em regiões de mata e cachoeira, é importante estar ciente que estamos no período de reprodução do carrapato estrela, ocorrendo o risco de transmissão da febre maculosa através de sua picada. Caso em até 15 dias após este deslocamento, você apresente sintomas deve procurar atendimento médico o mais rápido possível”, afirma Tatiana Lang, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo.
Embora a febre maculosa seja grave e com alta letalidade, é possível reduzir significativamente o risco de contrair a doença. Verificar com frequência se há algum carrapato preso ao seu corpo, usar roupas claras com manga longa, calça comprida e calçado fechado são algumas medidas efetivas para a proteção contra o carrapato transmissor, orienta a secretaria.